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Recém brindamos o início de um novo ciclo e com energia renovamos esperanças e projetos. Começo de ano, período de safra. Nesta época, semelhante a nós, as parreiras dirigem toda sua energia para o crescimento dos cachos, e a força da vida se mostra mais uma vez na doçura de seus grãos, no vinho que deles extrairemos. Resultado de muito esforço e trabalho, no coração da vinha – como nos nossos – está o ‘sumo da vida’. São muitas as resoluções de ano novo, e entre elas todos queremos alegria, paz e saúde, comemorar com os amigos novos encontros e conquistas.

E, falando em vinhos e comemorações, na projeção de 2008, nós que vivemos em um país onde o inverno é ameno – poderíamos ficar mais atentos a detalhes que fazem toda diferença. 

Primeiro: prestar mais atenção ao Chardonnay. É um vinho que realmente não tem seu valor reconhecido em alguns círculos, estranhamente pelo mesmo motivo que é tão apreciado em outros: sua incrível versatilidade e estilos. 

Segundo, conhecer melhor o Riesling e o Sauvignon Blanc que, embora menos versáteis que o Chardonnay, por serem mais ácidos, são maravilhosamente refrescantes e são igualmente diferenciados em estilos.

Terceiro: os rosés merecem um olhar mais atento. São vinhos menos ácidos que os brancos, ricos em aromas e sabores das varietais tintas que os originam – o que os tornam muito interessantes, pois combinam com praticamente todos os pratos e momentos.

Quarto: apreciar espumantes o ano todo, porque embora o frio chame os tintos, os espumantes nas versões ’rouge’, quando mais encorpados, podem – e devem – ser servidos tanto quanto os tintos.

Quinto: procurar por vinhos menos óbvios. Há vinhos de excelente qualidade a preços muito convidativos.

Sexto: por uma questão de princípios, conhecer melhor os vinhos brasileiros, muitos já consagrados em concursos internacionais. Afinal, como se pode conhecer o mundo e não o seu próprio país?

Sétimo: aprender, degustar, conhecer, ler rótulos e contra- rótulos, observar a qualidade da rolha, entender o conceito de ‘custo-beneficio’.

Oitavo: apreciar os tintos jovens, nos quais os diferentes sabores e aromas das uvas são mais ‘vivos’ e facilmente identificáveis, e são vinhos menos complexos, tão diferentes dos acarvalhados e encorpados tintos de guarda.

Nono: ceder ao prazer de experimentar e descobrir as harmonizações ou os ‘démarriages’ mais interessantes. 

Décimo: desmistificar, esquecer as convenções e as regras e apreciar o vinho que mais agradar, do jeito que quiser. 

Além disso, o desejo que as pessoas descubram o poder do vinho para encantar, aproximar e criar laços, dar glamour e prazer aos mais diferentes momentos, seus benefícios para a saúde, e que não é necessário pagar caro por isso. E que os enosnobs e os enochatos desapareçam levando consigo seus preconceitos e ignorância que disfarçam sob pretextos diversos… porque, certamente, quem inventou o vinho estava de bem com a vida! Já quem inventou as regras…


(Natercia Ziero é diretora da Vinícola Cordelier)

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