Há um lamento azul
Na Tapajonia.
O rio é uma imensa lágrima.
Choram areias alvinitentes,
Mercúrios letais
Silenciam tarrafas e anzóis,
Nas águas que intoxicam.
A vida é uma interrogação
Sem resposta.
E tudo vai fenecendo…
As almas dilaceradas,
A vida se afogando
Em lento morticínio.
Na perversidade do veneno,
Tombam árvores,
Gado, aves
É a vontade de viver.
Taparam as bocas das canções,
Amordaçaram os poetas
E te asfixiaram, meu Tapajos,
Como quem enforca um inocente.
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