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Toda mulher é feminista (ou ao menos deveria ser) e toda mulher precisa do feminismo.

Sim, começo o meu texto com uma afirmação polêmica, que nem deveria ser polêmica posto que é fruto de lógica. 

E para explica-la eu preciso (por incrível que pareça) explicar o que é o feminismo.

E para entender o movimento, precisamos voltar na história. 

O surgimento do feminismo pode estar associado ao adventos da Revolução Francesa (1789), pois nessa época foi escrita a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”. Foi o momento em que se começa a falar também dos direitos sociais e políticos das mulheres. 

As bandeiras iniciais do movimento, que ao longo do tempo passou por várias fases eram o acesso à educação formal e o direito ao voto e à elegibilidade para mulheres, seguidas por liberdades civis e autonomia legal, como o direito a posses, direitos trabalhistas e direito ao divórcio.

Assim sendo, podemos dizer que o feminismo é um movimento social por direitos civis, protagonizado por mulheres, que desde sua origem reivindica a igualdade política, jurídica e social entre homens e mulheres. Sua atuação não é sexista, isto é, não busca impor algum tipo de superioridade feminina, mas a igualdade entre os sexos. Nenhum direito A MAIS do que os dos homens. Apenas DIREITOS IGUAIS. 

Eu não conheço nenhuma mulher que queira ou ache bom ter menos direitos do que os homens, você conhece? 

É por isso que afirmo sem pestanejar, que toda mulher é feminista mesmo aquela que não saiba que é.

Hoje em dia, além das conquistas sociais, o feminismo atua também contra a violência doméstica e o feminicídio. 

É importante ressaltar que se hoje podemos escolher com quem casar, em quem votar, se queremos ou não trabalhar fora, se podemos disputar concursos públicos, participar de campeonatos, tudo isso se deve ao feminismo, que teve três importantes “ondas” ou momentos em sua história.

Um desses momentos foi protagonizado pela escritora Simone de Beauvoir, que publicou toda a base do movimento que conhecemos hoje, mapeando a opressão da mulher, o patriarcado, o direito à dissolução do casamento, entre outros temas importantes.

Levou mais de uma década para as próprias mulheres entenderem a importância da publicação. Como ocorre ainda hoje, as vezes muitas de nós são resistentes à mudanças mesmo quando essas nos favorecem, todavia foi baseado nestas publicações que vieram as reivindicações feministas dos anos 1960. E por causa delas, hoje você pode se divorciar. Então, muito obrigada Simone!

Como todas as mudanças e conquistas pelos direitos mais básicos, nada foi nos concedido gratuitamente. Houve muita luta! Algumas feministas tiveram que lutar com suas próprias vidas para que nós tivéssemos o direito de estudar ou votar, por exemplo. O feminismo tem mártires que você deveria conhecer. 

Voltando ao início, a autora de teatro francesa Olympe de Gouges, escreveu em seu mais famoso panfleto, a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, logo depois da conclamação do documento símbolo da revolução francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, que praticamente nada dizia sobre as desigualdades e os direitos do sexo feminino:

“Ó mulheres! Mulheres, quando deixareis vós de ser cegas?”

Por este ato, foi condenada à guilhotina por Robespierre. 

Resumir o movimento como “coisa de mulher feia e mal amada” como tantas vezes ouço até de algumas de nós, chega a ser ultrajante, além de ser ignorante e sem lógica. 

Necessário lembrar que o Brasil é o quinto país mais violento do mundo, para mulheres. Todas nós precisamos do feminismo! Mesmo as que ignorantemente bradam contra ele. 

Julia Fontelles
51 anos, empreendedora há mais de 30 anos, proprietária da Le Panier D’Amelie-Cestaria, especializada em cestas de café da manhã e de happy hours. E-mail julia.villasanti@live.com

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