
A situação do presidente da República a cada hora fica mais grave. Depois de liberar os vídeos da delação premiada, o ministro Edson Fachin, do STF, permitiu também a divulgação da denúncia feita pelo procurador-Geral da República Rodrigo Janot e a sua decisão.
A sequência de denúncias é espantosa: o empresário Joesley Batista afirma, em um dos vídeos de seu depoimento à PGR, ter ouvido em conversa com Michel Temer, textualmente: “Eduardo quer que eu ajude ele no Supremo, poxa. Eu posso ajudar com um ou dois, com 11 não dá’.
No pedido de abertura de inquérito, Janot historia que o senador Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de indicações de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos, vislumbrando também obstrução de Justiça.
O dono da JBS diz que transferiu para contas no exterior US$ 70 milhões destinados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais US$ 80 milhões em conta, também no exterior, em benefício da ex-presidente Dilma Roussef.
Joesley revela que pagou R$ 30 milhões em propina para eleger Eduardo Cunha (PMDB) na Câmara. E que o peemedebista ‘saiu comprando deputados Brasil a fora’.
Batista relata pagamento de R$ 6 milhões em notas frias a José Serra. Detalha como funcionava a corrupção e como se aproximou de Temer. Conta que, muitas vezes, a propina era disfarçada de doação política.
Conforme a delação premiada de Ricardo Saud, da JIF, que controla a JBS, o PT usou dinheiro da JBS para comprar senadores do PMDB na eleição de 2014, que estavam ameaçando dar apoio a Aécio Neves (PSDB). Joesley Batista esmiuçou, ainda, esquema dentro do Ministério da Agricultura.
Cliquem aqui e leiam a íntegra do pedido de abertura de inquérito feito pelo MPF, inclusive o atestado de autenticidade das gravações de Joesley Batista, e, ainda, a decisão do ministro Fachin. O material foi veiculado em primeira mão pelo G1.