Publicado em: 23 de abril de 2025
Proclamado na 28.ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1995, o propósito é estimular a leitura e promover a proteção dos direitos de autor. A data foi escolhida com base na lenda de São Jorge e o Dragão, adaptada para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge (Sant Jordi) e recebem, em troca, um livro, testemunho das aventuras do heroico cavaleiro. Neste dia é, também, prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare, Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega, falecidos em abril de 1616.

“Livros. Passo a vida flutuando entre as páginas. Como mergulhar em maré alta, há tantos livros, há cada vez mais livros que, feito a água do oceano, não daria conta de beber, não darei conta de ler, mas a sede não passa”, comenta o premiado contista, cronista, romancista, poeta, dramaturgo, radialista e jornalista parauara Edyr Augusto Proença, cuja obra já foi traduzida para o francês e o inglês, e agora chega ao streaming com a adaptação de Pssica para o cinema, por Quico e Fernando Meireles. Edyr dirige o templo da cultura paraense, o Theatro da Paz, foi escritor homenageado pela Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, em 2022, e é membro da Academia Paraense de Jornalismo. Seu amor pelos livros o levou a criar em 2014, ao lado do escritor Salomão Larêdo, a FliPA, Feira Literária do Pará.

“O livro é um portal que se abre para outro mundo: o mundo da linguagem. A linguagem é essa prerrogativa humana que amplia os significados e as significâncias dos entes das coisas, que retorna ao real, fazendo o mundo possível e mais humano”, diz a escritora Wanda Monteiro, contista, romancista e poeta, nascida às margens do rio Amazonas, em Alenquer (PA), e residente há mais de trinta anos no Rio de Janeiro. Advogada, mãe de três filhos e autora dos livros O Beijo da Chuva, Anverso, Duas Mulheres Entardecendo e Aquatempo, filha do icônico escritor e político Benedicto Monteiro, é homenageada da Feira Pan-Amazônica do Livro deste ano, ao lado de Mestre Damasceno. Um encontro do rio Surubiú com o rio-mar de Salvaterra, no arquipélago do Marajó.

O presidente da Academia Paraense de Letras, Ivanildo Alves, advogado criminalista, professor de Direito Penal e Processual Penal e de Oratória Forense, defende a necessidade de produção e difusão da literatura. “Livro pode ganhar diversos significados reais ou metafóricos: caminho, liberdade, direção, pilar, construção, mudança, afirmação, saber. Em todos os sentidos, o livro toma sempre uma posição proeminente, como estrutura de disseminação de ideias, de valores, de cultura, de vida”, acentua. Ivanildo é romancista, contista, poeta e conferencista e já foi vereador de Belém, deputado estadual e secretário de Estado de Segurança Pública do Pará.

Sarah Rodrigues, Cadeira nº 28 da APL, é poeta e juíza, com uma carreira brilhante. Acessou a magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Pará aprovada em 1º lugar no concurso público, assim como sua tese de pós-graduação pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro também obteve o 1º lugar. Esportista, ela já foi tricampeã nacional de ginástica rítmica desportiva e atualmente é canoísta. Em 2007, venceu o prêmio de poesia da Academia Paraense de Letras e em 2010 foi eleita “imortal”. É de sua lavra esta declaração: “Hoje, erguemos um brinde ao livro – esse fiel parceiro silencioso que, com suas páginas repletas de significados, nos leva por labirintos de sabedoria, imaginação e lembranças. Um livro é muito além de meras folhas e tinta; é a semente que germina o conhecimento, um elo que conecta passado e futuro, vozes diversas e universos particulares. Nele, repousam não apenas sonhos e batalhas, mas também descobertas e laços afetivos. Ao abrirmos um livro, é como se abríssemos as portas do autoconhecimento, da empatia e da autêntica transformação. Neste especial Dia do Livro, renovamos nosso compromisso com a leitura, reverenciando-a como uma poderosa ferramenta de liberdade, cidadania e justiça social. Que cada página desvirada seja um passo significativo em direção a uma sociedade mais consciente, plural e profundamente humana. Que os livros, leitores ávidos e histórias inspiradoras nunca nos abandonem, nos ensinando a observar – e a reinterpretar – o vasto mundo que nos rodeia”.
Este ano o Rio de Janeiro é a Capital Mundial do Livro, primeira cidade de língua portuguesa a receber o título, concedido pela Unesco, sucedendo a Estrasburgo, a Capital Mundial do Livro em 2024. As cidades designadas como tal comprometem-se a promover o livro e a leitura para todas as idades e grupos, dentro e fora das fronteiras nacionais, e a organizar um programa de atividades para o ano.
«Ler é Ser Livre» é o mote do cartaz alusivo ao Dia Mundial do Livro 2025, que inspira as celebrações planetárias. Em Belém, capital da COP 30, não existe uma livraria com foco em literatura amazônica, muito menos parauara, com a proposta de fomentar a produção literária.
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