Nas manhãs ensolaradas na orla de Santarém, eu aprecio a sístole e a diástole das águas que vem beijar a cidade.
O Rio Tapajos é um poeta a escrever poemas azulados, que celebram a sua saga, a fluir na brisa do sol matinal e pousando nos corações de quem possui olhos santarenos.
O idioma fluviazul se deixa decifrar por quem sabe ler esse dicionário líquido, escrito com letras de beleza e de saudade.
Santarém! Mais que cidade, tua cosmovisão é um sentimento que supera o tempo, pois que inscrita na infinitude que não se deixa explicar e só se vai desnudando aos poucos, quando a santarenidade vai se insinuando, até que suas teias cativam para sempre.
A verdadeira Santarém não é palpável ao primeiro encontro.
Há que se deixar inocular, apreender, aos poucos, como quem se torna da família.
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