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Dilma Reis Moraes, 50 anos, está vivendo verdadeiro terror na UPA 24h da Cidade Nova III, em Ananindeua(PA). Ela está lá desde último dia 7, com Lúpus Eritematoso Sistêmico, doença autoimune caracterizada por inflamação em diversos órgãos e dano tecidual, causando artrite, serosite, nefrite, vasculite, miosite, manifestações mucocutâneas, hemocitopenias imunológicas, diversos quadros neuropsiquiátricos, hiperatividade reticuloendotelial e pneumonite. A mortalidade dos pacientes com LES é cerca de 3 a 5 vezes maior do que a da população geral, especialmente quando há acometimento renal e do sistema nervoso central, infecções graves decorrentes da imunossupressão e  complicações da própria doença e do tratamento, sendo a doença cardiovascular um dos mais importantes fatores de morbidade e mortalidade dos pacientes.

Fadiga, mialgia, perda de peso e linfadenopatia reacional são comuns nos pacientes com LES. Necrose asséptica de múltiplas articulações, principalmente da cabeça do fêmur, pode ocorrer. Perda de massa óssea com aumento do risco de osteoporose e fraturas, lesões de pele, úlceras orais e nasais, placas eritematosas cobertas por uma escama aderente, envolvendo o couro cabeludo, orelhas, face e pescoço.

Só esse diagnóstico já é gravíssimo e requer urgente internação em hospital de referência. Mas a pobre senhora apresenta, ainda, anemia hemolítica autoimune, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, risco de flebite, risco de broncoaspiração, de lesão por pressão e de queda. O quadro clínico dela piora a cada momento, mas a direção da UPA a mantém em condições desumanas, sem alimento algum, ao invés de transferi-la com a urgência urgentíssima que é obrigatória. Familiares denunciaram a situação nas redes sociais, pedindo socorro e ainda foram pressionados a assinar um termo de responsabilidade para tirá-la de lá a fim de isentar a direção da UPA de responsabilidades pela iminente morte por falta de assistência médica e hospitalar adequada.

Para se ter uma ideia do caos nessa unidade, a família da paciente conseguiu uma internação no Hospital de Clínicas de Ananindeua desde ontem (12) às 15h e até agora a diretora da UPA não liberou a paciente, alegando que não tem ambulância, um absurdo criminoso, inadmissível em um município cujo prefeito, vice-prefeito e primeira-dama são médicos e donos de hospitais. O Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual, o Ministério Público de Contas e o Tribunal de Contas dos Municípios do Pará precisam fiscalizar e garantir o atendimento da população pobre, que está condenada à morte.

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