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O passaporte sanitário no nosso estado começou a ser exigido em todos os locais públicos a partir de hoje. Isto é, se você quiser frequentar academias, cinemas, bares, restaurantes e shoppings, terá que estar vacinado.

Algumas pessoas que ainda não tomaram a vacina reclamam da obrigatoriedade da mesma.

Sabemos que é um assunto polêmico e também muito caro à democracia: o direito do cidadão de agir conforme suas crenças individuais. Todas as vezes em que o Estado decide pelo cidadão o que fazer com a sua própria vida, cria-se um impasse democrático. Impasse este que hoje pode favorecer o que você pensa, mas amanhã talvez não mais. Sim, o precedente é perigoso.

No entanto, colocar sanções para os que decidem nào se vacinar por pura vontade própria tem sido o caminho tomado por praticamente todos os países democráticos desenvolvidos.

Como então esses países chegaram a este consenso?

Acontece que nenhum direito é absoluto, nem o de ir e vir e nem o de não se vacinar. Em tempos normais nenhuma vacina seria obrigatória, todavia não estamos vivendo na normalidade há quase dois anos. Em situações graves como uma PANDEMIA os governos podem tomar medidas consideradas radicais. Medidas extremas para dificuldades extremas. Logo, o direito à vida se torna mais importante que o de ir e vir, por exemplo.

“Mas porquê eu devo me vacinar se posso pegar o vírus do mesmo jeito, Julia?”

Bem, em primeiro lugar não é “do mesmo jeito”. Estudos recentes mostram que entre os contaminados, além da carga viral dos vacinados ser bem menor do que a de não vacinados, eles também transmitem menos. Então a decisão de se vacinar não é somente por você, mas pelos outros. Afinal a vacina sempre foi um pacto coletivo.

Outro ponto a considerar é que vacinados tendem a ter sintomas bem mais leves que os não vacinados, com bem menos chances da doença agravar a ponto de precisar se internar em uma UTI. Durante a primeira fase da pandemia no ano passado, centenas de cirurgias “eletivas” tiveram que ser desmarcadas. Não havia leito nos hospitais públicos nem para pacientes oncológicos. Com uma maioria vacinada os leitos ficam vagos para quem realmente precisa. Se você pode escolher não ocupar uma vaga em leito de hospital sabendo que há milhares de pessoas já precisando dela, vacine-se. Se vacinar é SOBRETUDO uma decisão empática. É pensar em si e no outro. É colaborar com o que é melhor para a maioria.

E vamos combinar, você já toma vacinas há muito tempo sem nunca antes ter se preocupado com seus efeitos colaterais. A comunidade científica mundial inteira concorda que as aprovadas são seguras. Não sou eu que digo isso. São cientistas de Harvard, Yale, Oxford…

Você acha radical a medida do passaporte sanitário no Pará? Pois saiba que a Áustria, que tem um dos melhores sistemas de saúde do mundo, um país extremamente desenvolvido, vai MULTAR em o equivalente a R$ 22.000,00 o cidadão que não se vacinar. Para isso, enviarão a cada um que ainda não tomou um aviso pelos correios informando o dia, hora e local em que ele deverá se vacinar. Lá como aqui, ele pode escolher não ir, mas vai sofrer as consequências desta decisão sem sentido.

Esse é o caminho de todos os países modernos.

Esse é o caminho que devemos tomar para protegermos a maioria.

Por tudo isso, esta colunista não só concorda, como apoia o decreto que passa a valer a partir desta segunda-feira.

Julia Fontelles
51 anos, empreendedora há mais de 30 anos, proprietária da Le Panier D’Amelie-Cestaria, especializada em cestas de café da manhã e de happy hours. E-mail julia.villasanti@live.com

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