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Richard Wagner compôs a sua portentosa ópera O Navio Fantasma.

Entretanto, ao contrário do que diz o nome, esse fantasma wagneriano nada tem a ver com o “fantasma”, personagem desta crônica.

Nessa ópera de 1840,  o compositor alemão, em resumo, fala de maldições e no final o navio que dá o nome à obra, vai subindo até desaparecer no infinito.

Mas estes escritos não são para contar as peripécias operísticas do Mestre de Bayreuth.

Afirma-se, com toda a razão, hoje em dia: o que não sai publicado na imprensa, não existe. Então, com a finalidade de deixar gravado para o futuro, dou a público, agora, aproveitando a ocasião, um fato que merece ser mencionado na biografia do maestro.

Eu guardei muito tempo na gaveta, relutando em publicar ou não.

Sei que algumas pessoas talvez não me entendam e queiram me crucificar.

Mas, aviso desde já, que esta pequena crônica nada tem a ver com religiões ou religiosidades.

É simplesmente um fato que aconteceu. Só isso.

Estava escrita e dormia na minha gaveta desde dois mil e oito.

Encorajado pelo meu amigo João Carlos Pereira, cronista de O Liberal, professor, meu confrade na Academia Paraense de Letras e um dos repórteres mais tradicionais do Círio de Nazaré, em Belém, vamos lá.

No dia vinte e quatro de março o Maestro Wilson Fonseca (Isoca) completou sete anos de falecido.

Um grupo de interessados manifestou a vontade de conhecer melhor e talvez montar a ópera do compositor (Vitória Régia, um Amor Cabano), que tem libreto e arranjo orquestral de minha autoria, pois Isoca, ao encerrar essa obra, infelizmente não teve mais condições físicas de fazer a orquestração.

Em uma das reuniões, em minha casa, um fato incomum aconteceu.

Para não ser taxado de mistificador, mentiroso ou coisa assim, tive a iniciativa de fazer uma espécie de Ata do acontecido e, com extrema cautela, reconheci as assinaturas em Cartório.

O texto da declaração que tenho em meu poder tem voz própria.

Faz prova jure et de jure, ou seja, prova irrefutável, como se diz em Direito.

“DECLARAMOS que no mês de abril/2008 estivemos reunidos, uma tarde, na residência de José Wilson Malheiros da Fonseca, em Belém PA, mais precisamente da dependência que ele denomina de “gabinete”. Passamos a tarde vendo e escutando as partituras da ópera Vitória Régia, um Amor Cabano, música de Wilson Fonseca (Isoca).

Estavam presentes, entre outras pessoas, Célia Maracajá, Luiz Arnaldo, Maestro Martinho Lutero (brasileiro, que vive na Europa), José Wilson e sua esposa Damea.

Quando acabamos de ver, escutar e comentar o libreto e as partituras, mais ou menos pelas seis da tarde, o computador foi totalmente desligado. Não havia, na casa, mais nenhum aparelho eletrônico ligado, nem rádio, nem televisão, aparelho reprodutor de CD, cassete etc, estando também a máquina filmadora da Célia (que nem foi usada nessa ocasião), desligada. Tudo isto foi verificado minuciosamente pelos presentes.

Em dado momento começamos a escutar, dentro do gabinete, com grande nitidez e com razoável volume, uma voz de tenor operístico a cantar uma ária que não conseguimos identificar.

Ao chegarmos perto da “voz” sentíamos como se estivéssemos perto do “cantor”. Todos ficaram perplexos.

Esse fenômeno durou mais ou menos meia hora. A sensação era de que alguém, que não podíamos ver (apenas escutar) estava ali bem próximo de nós, cantando, mesmo.

Atestamos que o acima relatado é verdade.

Assinam o documento como testemunhas presenciais (tudo reconhecido em cartório): Luiz Arnaldo Dias Campos, produtor cultural, cineasta. Célia Maracajá, produtora cultural, atriz. Damea Gorayeb S. Fonseca, professora”.

A coincidência se repete: no início do século vinte, como atesta bibliografia abundante, um maestro e professor recém-chegado da Itália também assistia, em companhia de pessoas ilustres da sociedade da época, os fenômenos espirituais que ocorriam em Belém na casa do casal Eurípedes e Ana Prado.

O maestro era Ettore Bosio, que inclusive bateu algumas fotos que estão na internet.

Fica, portanto, registrado o fato.

Onde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos. Fique à vontade para emitir sua opinião sobre o fato.

*O artigo acima é de total responsabilidade do autor.

José Wilson Malheiros
Magistrado do Trabalho Aposentado, Advogado, Músico, Poeta, Compositor, Instrumentista, Professor, Jornalista, Diácono e Escritor.

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