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O acidente que fez parte da ponte sobre o rio Moju, na Alça Viária, desabar, é mais um grande sinal de alerta. Desde que foram construídas, as pontes já sofreram vários albaroamentos em seus pilares. Isto porque a sinalização náutica é constantemente furtada e as balsas que navegam na área acabam errando o canal, principalmente à noite. Em relação à ponte do Outeiro é a mesma coisa. Já foi várias vezes interditada por conta dos choques com embarcações que ameaçaram sua estrutura.  É preciso encontrar uma solução que garanta a segurança da navegação e a dos motoristas que trafegam nas pontes. Do jeito que está a situação não pode continuar. Trata-se de uma tragédia anunciada. 

Hoje, uma equipe de peritos criminais do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves ficou de periciar a balsa da CNA – Companhia de Navegação da Amazônia, que presta serviços à Agropalma e fazia o transporte de 900 toneladas de óleo de dendê, desde o porto da indústria, no alto rio Moju, até a orla de Belém, na rodovia Arthur Bernardes. Uma reconstituição dos fatos deverá ser realizada nos próximos dias. A embarcação foi levada, ontem, por volta de 22:30h, sob escolta policial, ao porto do Grupamento de Polícia Fluvial, onde o delegado Felipe Schmidt instaurou inquérito e tomou  depoimentos. 

A versão apresentada pela tripulação foi de que a corrente hidráulica do leme, usada para manobrar a balsa, teria se rompido já às proximidades da ponte, o que fez com que ficasse à deriva e, assim, acabasse colidindo com um dos pilares de sustentação da ponte.  Ezequias Pinheiro, 61 anos, o comandante, disse que no momento da colisão acabara de sair do plantão e estava no camarote. A embarcação era pilotada pelo imediato e contramestre Paulo Ronaldo Sousa. Após o rompimento da corrente do leme, a balsa foi empurrada pela maré em direção ao pilar da ponte, causando a colisão. Com o impacto, relatou o comandante, houve a quebra do pilar, que acabou por desabar. Ao perceber o que havia ocorrido, Ezequias Pinheiro disse que, de imediato, seguiu em outra embarcação em direção à estrada, para sinalizar aos motoristas. Depois que a corrente do leme foi consertada, a balsa seguiu viagem até seu destino. O comandante contou, ainda, que conhece bem a região, pois navega cerca de quatro vezes por semana no local. 

A balsa deveria passar pelo vão central da ponte, situada em um trecho de largura superior a 80 metros. Mas foi projetada para outro vão, que tem entre 30 a 40 metros de largura. O local da colisão já foi periciado e o inquérito policial vai investigar  se houve dolo eventual por parte do piloto da balsa, para fins de responsabilidade criminal, além da responsabilização na área cível. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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