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O que poderia ser apenas mais um dia de rotina hospitalar se transforma em sorrisos, brincadeiras e alívio para pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde. Desde o mês de março, o Hospital Dom Vicente Zico passou a receber, semanalmente, as visitas animadas e afetuosas dos palhaços do Projeto Alegria, uma iniciativa voluntária que aposta na força do riso como ferramenta de acolhimento e bem-estar no ambiente hospitalar.

Com jalecos coloridos, narizes vermelhos e um repertório de piadas, músicas e improvisos, os artistas percorrem corredores e leitos levando leveza a quem enfrenta os desafios da recuperação em internação. A cada nova visita, o clima muda: os semblantes tensos se abrem em sorrisos, e a atmosfera do hospital ganha cores e afetos.

A proposta é simples, mas poderosa: usar a palhaçaria como estratégia de humanização do cuidado, reforçando a importância da saúde emocional durante o tratamento médico. A ação contribui significativamente para a recuperação dos pacientes, promovendo muito mais do que distração. Ela reduz a ansiedade, fortalece o vínculo afetivo e resgata a humanidade que, muitas vezes, se perde em meio aos protocolos médicos. É uma terapia complementar que faz toda a diferença.

O Projeto Alegria é formado por voluntários. No Dom Zico, a iniciativa teve início neste primeiro semestre com frequência semanal, criando um canal afetivo constante com os pacientes de longa permanência.

Entre eles está Ângela Cristina, internada há um mês em tratamento contra erisipela. Para ela, os encontros com os palhaços são um bálsamo em meio às dores e à distância da família: “eles trouxeram um pouco de alegria e alento pra gente. Longe da família, a gente precisa desse momento pra se distrair e esquecer um pouco dessa fase difícil”.

Já José Augusto, de 53 anos, em tratamento hemodialítico há mais de um mês, vê no riso um verdadeiro remédio para o corpo e a mente: “tem muita gente que precisa de um sorriso e não consegue ter, principalmente no hospital, onde ficamos cheios de preocupações. Às vezes, a gente pensa coisas que não deveria. O sorriso faz bem pra saúde”.

A palhaça Dra. Anjoca e seus amigos fazem a alegria de Ângela Cristina, internada há um mês no hospital

As brincadeiras e interações do grupo não se restringem aos pacientes. Funcionários e acompanhantes também são convidados a “baixar a guarda” e se permitirem rir, cantar e brincar. A presença da palhaça “Dra. Anjoca” e seus colegas transforma o hospital em um palco inusitado, onde o cuidado também se faz por meio da escuta e da leveza.

“Onde o Projeto Alegria chega, a gente sente que há felicidade, sorrisos e tudo ganha um ar mais leve”, diz a Dra. Anjoca.

A atuação do grupo é um lembrete de que o princípio de que a saúde vai além da intervenção médica e que a humanização no atendimento hospitalar é fundamental. Experiências como o Projeto Alegria mostram que o afeto é um complemento potente ao remédio.

Fotos: Ascom Sesma 

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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