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Desde a terça-feira da semana passada a pauta de votação da Alepa está trancada por causa do projeto de lei do Executivo que cria o Núcleo Executor do Programa Municípios Verdes.  É que nem a bancada de apoio ao governo está convencida de que deve aprovar o projeto, do jeito que está. Ontem, os líderes do PMDB, Parsifal Pontes, e do PSOL, Edmilson Rodrigues, foram à tribuna e bateram no projeto sem dó nem piedade, preservando o relator, deputado Raimundo Santos(PEN), presidente da Comissão de Constituição e Justiça – que teve reconhecido o seu impecável parecer -, e o presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda(DEM) – elogiado por exercitar o diálogo -, e vocalizaram aquilo que engasga os deputados:  o orçamento, de mais de R$300 milhões,  já teria dono, o deputado licenciado Sidney Rosa(PSB), secretário especial  de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção do Estado e virtual candidato ao Senado.
 
Edmilson atiçou a deputada Cilene Couto(PSDB) e o líder do Governo, José Megale(PSDB), afirmando que os recursos do programa, em pleno ano eleitoral, incrementariam a campanha de Sidney Rosa, em detrimento do senador Mário Couto(PSDB), que seria rifado por seu próprio partido. Cilene e Megale, claro, reafirmaram a unidade tucana e a candidatura natural do senador, embora até as pedras saibam da crise no ninho parauara, por conta da evidente pujança do grupo de Paragominas no núcleo de poder estadual.
 
O grande que está atravessado na goela parlamentar aliada é que o secretário Sidney Rosa é político, tem mandato de deputado estadual, será candidato ao Senado, percorre todo o Pará representando o governador Simão Jatene e em seu nome promete e soluciona demandas de prefeitos, vereadores e lideranças empresariais e comunitárias, todas também apresentadas aos demais deputados, que concorrem em condições de desigualdade abissal e que ficam em péssima situação perante o eleitorado. E na hora de examinar um projeto que vai conferir ainda mais poder – e dinheiro – a ser manejado pelo já poderosíssimo secretário especial, todos torcem o nariz.
 
Para tentar conciliar os ânimos e salvar o projeto, o presidente da Casa, deputado Márcio Miranda, costurou a proposta de que a solução seria uma emenda do próprio Executivo estabelecendo que os recursos do projeto sejam administrados pelo Gabinete do Governador, o que todos aceitam. Ontem à tarde, Megale ficou de conversar com o governador Simão Jatene. A resposta vai influenciar a sessão de hoje.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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