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Pelo que podemos pressentir, o rio Tapajos agoniza.

As vozes do rio, que até bem pouco tempo entoavam suas canções, celebrando a vida, em tonalidade azul cristalino, se permanecerem os fatos que infelicitam essas águas, já serão quase cancioneiros em catalepsia, para falarmos aqui, apenas da faceta lúdica, sem esquecer os aspectos da vida socioeconômica que se tece nessas águas.

Trovadores amordaçados, há um enorme silêncio de quase se enxergar…

As retóricas da ganância nos garimpos rio acima, principalmente, só fazem adoecer as águas, envenenar a portentosa fauna que viceja nas entranhas fluviais e intoxicar seres humanos, muitos dos quais a quilômetros de distância, ainda sofrem as consequências da desgraça cultivada na garimpagem, como principal motivo da enfermidade do rio.

Os navegantes só se interessam pela mercancia, praticada no fraseado dos banzeiros, para cima e para baixo.

Enquanto lucro houver, o capital silencia e o rio parece expirar, dia a dia.

O Tapajos sempre correu em nossas veias e agora ficamos com uma espécie de anemia fatal e com prenúncios funestos ao olharmos o azul agora humilhado pelo mercúrio.

Vemos, como se fosse um gigantesco arpão a sangrar a alma do rio que é a nossa identidade.

Tomara que ele não entre em “rigor mortis”.

Pai Sumé, socorre o Tapajos

José Wilson Malheiros
Magistrado do Trabalho Aposentado, Advogado, Músico, Poeta, Compositor, Instrumentista, Professor, Jornalista, Diácono e Escritor.

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