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Se o Tapajos não for azul
Santarém ficará sem alma,
Sem sorriso, poesia e cor.
Se o Tapajos se chamar lama,
Nossas canções vão chafurdar
Surdas e mudas, gritando
E chorando em vão, ao léu.
E nossas lágrimas serão opacas,
Enquanto os látegos
Da indiferença
Vão nos macerar a identidade,
Com a gargalhada santarenocida.
E então os espelhos se tornarão cegos
Para não refletir
O que não mais existe.
… Eu choro por ti, terra querida.

José Wilson Malheiros
Magistrado do Trabalho Aposentado, Advogado, Músico, Poeta, Compositor, Instrumentista, Professor, Jornalista, Diácono e Escritor.

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