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Essa novela surreal do lixão de Marituba, que tem o pomposo nome de Centro de Processamento e Tratamento de Resíduos, teve novo capítulo hoje. Seria cômico se não fosse trágico. A Câmara Municipal de Belém formou uma comitiva de mais de 20 vereadores, chamou a imprensa e foi até o aterro sanitário, hoje de manhã. A intenção era fazer uma visita técnica para cobrar da Revita/Guamá um posicionamento em relação ao que tem sido denunciado pelos moradores da área, de forma a encontrar uma solução para reduzir os graves impactos socioambientais que afligem os moradores de Marituba. Mas os vereadores foram barrados pela direção da empresa responsável. Não puderam entrar e muito menos fiscalizar.

Na segunda feira, 13, a empresa já sinalizava o desrespeito ao distinto contribuinte: nenhum representante compareceu à sessão especial da Câmara que debateu o problema do lixo metropolitano com representantes de entidades, movimentos sociais, prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba e Governo do Estado. Ou seja: a Revita/Guamá – que não cumpre as condicionantes exigidas pela Semas quando da concessão de sua licença de operação – está literalmente se lixando para a população e os políticos.

A Câmara promete reagir ajuizando uma ação com pedido de liminar a fim de entrar nas instalações do aterro sanitário. A área tem 100 hectares e equivale a um campo de futebol. O município de Marituba tem cerca de 120 mil habitantes, que não suportam mais o odor fétido que invade as residências, e denunciam a contaminação do rio Uriboca.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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