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A população brasileira entre zero e 19 anos corresponde a cerca de 50 milhões de pessoas (Censo de 2022), e um terço desse grupo já sofreu algum tipo de agressão virtual. É o que revela a primeira parte da pesquisa intitulada Mapeamento dos Fatores de Vulnerabilidade de Adolescentes Brasileiros na Internet, do ChildFund Brasil. A segunda parte do estudo, com dados inéditos, será lançada nesta quinta-feira, 15, às 19h, na Assembleia Legislativa de São Paulo, com transmissão ao vivo pelo canal da Alesp.

Os dados divulgados no ano passado mostraram que, dos adolescentes que já sofreram algum tipo de violência, cerca de 12% já foram vítimas de duas ou mais formas dessa violação (com ou sem interação com o agressor).

Algo que corrobora com os resultados do estudo são as 53 mil novas denúncias que a ong SaferNet recebeu de crimes relacionados a imagens de abuso e exploração sexual infantil em 2024. Apesar de o número ter diminuído em relação ao ano anterior – recorde na série histórica e o maior em 18 anos -, a gravidade dos crimes aumentou.

Criada pela Lei Federal 14.432 e sancionada em 2022, a campanha do Maio Laranja se deu pelo trabalho de incidência política do ChildFund Brasil e de outras organizações sociais no Congresso Nacional. É a terceira vez que ela acontece no Brasil e é uma ação da ong, que atua na promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes há 58 anos no país.

O principal objetivo do Maio Laranja é sensibilizar a população; afinal, todos são responsáveis pelos cuidados com as crianças, jovens e adolescentes. O ambiente virtual é propício à ocorrência de vários tipos de crimes. Os celulares, tablets e o acesso à internet para assistir a vídeos e filmes funcionam como formas de distração para crianças e adolescentes, mas também são grandes aliados de pais e responsáveis. “O grande problema do acesso ao ambiente digital é a falta de supervisão. Hoje, temos muitas ferramentas de controle parental que podem ajudar, tanto para pais de crianças menores, quanto para responsáveis por adolescentes. A tecnologia pode ajudar e oferecer diversos ensinamentos, mas é preciso que sempre haja um adulto supervisionando os acessos”, afirma Mauricio Cunha, diretor do ChildFund Brasil.

Na primeira infância, os riscos do uso prolongado de telas vão além do contato com pessoas suspeitas. Eles envolvem também atrasos no desenvolvimento que a exposição pode provocar. Já para adolescentes, além de supervisionar, o diálogo é importante, principalmente, conversas sobre interações com desconhecidos e os riscos que essas ações podem acarretar.

A quantidade de adolescentes que afirmaram ter interagido com pessoas desconhecidas e suspeitas na internet chama a atenção: 20%, e nas combinações dos aplicativos mais utilizados quando há casos de violência com interação entre vítima e o agressor WhatsApp e Telegram foram classificados em 55% dos relatos.

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