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Fotos: Tamara Saré
O aniversário de 136 anos do Theatro da Paz e os 109 anos de nascimento do maestro Waldemar Henrique, transcorridos ontem, se confundem, assim como se confundem o amor e o cuidado que o grande compositor parauara tinha pela joia arquitetônica e cultural do Pará. O concerto da Amazônia Jazz Band no Teatro da Paz, só com músicas de Waldemar Henrique, foi um programa à altura dos homenageados, promoção da Secult.  A abertura foi um show à parte de percussão, utilizando bilhas de água, feitas de cerâmica (moringas).  Sensacional. O ponto alto foi o duo formado pelo maestro Nelson Neves ao piano e o saxofonista Esdras de Souza, que executou “Valsinha do Marajó”. Momento lindo e emocionante, diria sublime. A Amazônia Jazz Band, formada por músicos de primeira linha, como sempre foi aplaudida de pé, merecidamente, pelo Teatro da Paz lotado. A cantora Nanna Reis fez participação especial.

Waldemar Henrique da Costa Pereira, como ele mesmo diz em uma de suas obras, foi um artista que fez da vida uma canção. Uniu o erudito e o popular e, através de seu trabalho, universalizou o imaginário amazônico.
Filho de português com uma índia, o maestro descobriu ainda na infância o dom de criar letras e canções marcadas por amor incondicional ao local onde nasceu. E, além do talento musical, também era conhecido por sua generosidade, humildade e doçura, características de sua personalidade, como lembra o músico Salomão Habib, seu amigo, admirador e  parceiro na peça “A Casa da Viúva Costa”. 

O poeta João Jesus de Paes Loureiro conta que conheceu Waldemar Henrique nos tempos de estudante da UFPA. Logo viraram parceiros. Com uma trilha composta por Waldemar Henrique, Paes Loureiro ganhou o Prêmio do Serviço Nacional de Teatro, na categoria universitário, e depois, muitos outros. 

Já o músico Áureo de Freitas, da Orquestra de Violoncelistas da Amazônia, reconhece que “ter convivido com o maestro e ter acompanhado o trabalho dele, mesmo por poucos anos, foi uma das maiores experiências que já tive. A forma universal dele contar e cantar a Amazônia influenciou e ainda influencia de uma forma muito grande o meu trabalho”.

Pesquisadora da obra do maestro, a cantora lírica e professora de música Márcia Aliverti destaca que a obra de Waldemar Henrique é atemporal. “A obra do maestro está mais viva do que nunca. É impressionante ver a paixão pela obra dele reacendida a cada novo aluno de música, que toca as composições dele pela primeira vez”.

Ave, Waldemar Henrique! 

P.S.: a Secult lançou ontem, também, a bela 4ª edição do livro “Belém da Saudade”, com 114 novas vistas de postais antigos da cidade. Eu tratei de aproveitar e comprar o meu exemplar pelo preço promocional de R$150. Agora, custa R$180.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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