A eleição do ex-secretário de Estado Sérgio Leão para a corte do TCM-PA, num universo de 40 deputados, teve lances interessantes de bastidores que ninguém trouxe a público e que merecem o devido registro histórico. A base aliada ao governo na Alepa tem, em tese, 24 membros e a oposição, 17. Sérgio Leão teve 29 votos. Não é preciso ser exímia na matemática para fazer as contas e verificar que, sendo o deputado Júnior Hage(PR) o candidato opositor a Sérgio Leão e integrante da base aliada – logo, dissidente nessa disputa -, teoricamente os votos de Sérgio Leão cairiam para 23. Então, sem sombra de dúvida, os demais seis votos são oriundos da oposição, que são o PMDB, o PT e o PSOL. Consta que o único voto em branco foi do deputado Edmilson Rodrigues(PSOL). Martinho Carmona, que é peemedebista mas amigo pessoal do novo conselheiro, resolveu viajar para os EUA justamente no período e estava licenciado ontem. Aliás, o voto em separado, quando do pedido de vista na Comissão de Constituição e Justiça, pelo deputado Francisco Melo, o Chicão(PMDB), foi favorável a Sérgio Leão.
O que isto significa? Uma articulação política vitoriosa. Uma aliança pontual. No Parlamento as coisas funcionam assim, tanto que nestes três anos de governo todos os projetos do Poder Executivo foram aprovados, salvo engano, à unanimidade. Não quer dizer – necessariamente – que algo tenha mudado em relação à campanha eleitoral. Ou não, como diria Caetano Veloso.
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