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A maior certeza que temos no setor de transporte público belenense é a sua precariedade. O cidadão é refém do serviço oferecido, não sejamos ignorantes: ônibus ultrapassados, sem condições de uso, totalmente sucateados e inseguros. Uma frota com necessidade de renovação imediata. Se paga caro os R$ 1,70 de passagem. Não se justifica em nenhum grande serviço ou serviço qualquer, acompanhado pela penúria dos atendimentos das empresas de ônibus, insuficientes de cobertura. Voltar do trabalho, à noite, é uma aventura sem fim. O que sobra? O transporte alternativo. As vans e os mototáxis são realidade. Até que se regulamentem, devemos prezar pela qualidade. Quem sabe organizar um fluxo de serviço do transporte alternativo dentro de áreas bem delimitadas, do trânsito de vans de bairro a bairro.

Em se tratando de trânsito e transporte de Belém, nunca é demais lembrar que o chamado Plano Diretor Urbano (PDU), uma vez executado, seria um passo importante para avanços nas questões relativas a infraestrutura da cidade, dentre muitas outras providências urbanísticas. O PDU se arrasta há mais de dez anos. Se executado, ele seria um conjunto de respostas às necessidades presentes. É fato: não temos mais hora para os congestionamentos, realidade justificada não apenas pelo aumento no número de veículos, mas também pela ausência de recursos importantes. Um deles seriam os terminais de integração, que não apenas possibilitam uma economia nos gastos referentes à transporte público, mas otimizariam o pesado fluxo que se direciona para o centro da cidade de Belém. O mesmo PDU seria o responsável pelas obras de prolongamento da Avenida João Paulo II, assim como da Avenida Independência, a fim de desafogar o pesado trânsito na Avenida Almirante Barroso.
Se autoridades executoras acabaram por restringir e delimitar o trânsito nas vias da cidade, as mesmas autoridades só polemizam quando o assunto é fiscalização. Hoje, multa-se para educar, não se educa para depois multar. Não há prevenção. Devemos sim estranhar quando observamos um agente de trânsito localizado atrás de uma árvore, na tentativa de flagrar um descuido de qualquer motorista. Que se cumpra o Código Brasileiro de Trânsito, mas que a educação seja a grande privilegiada.
A Ctbel já falou da existência de 33, 18 Km de vias para ciclistas, mas apenas 7,5 Km são realmente ciclovias, sem ligação entre si. Eis aqui mais uma necessidade para muita gente que pedala para se locomover. Em 2008, segundo informações do Detran, foram 143 acidentes envolvendo ciclistas.
Morre-se pela ausência de melhores estruturas, e não se apresenta uma obra significativa para qualificar o setor de transporte, a fim de revolucionar o serviço público ligado a ele. Será que um metrô de superfície não seria um dos caminhos? O importante é começar. Assim, poderíamos lançar mão do transporte fluvial entre os distritos e o centro da cidade.
Indicações irregulares, sinalizações deficientes e ausentes. Exemplo é o semáforo às proximidades de um shopping, em frente a uma igreja. Vale reavaliar a engenharia do local, e de muitos outros. Próximo dali, o propalado pórtico da cidade de Belém dá lugar à desconfiança, pois é uma obra que se arrasta por anos. Esta obra, em específico, coloco em discussão, uma vez que se poderia trocar a passarela elevada por uma passarela subterrânea. Com isso, um conjunto de lojas populares poderia surgir, o que iria proporcionar a geração de renda a muitas famílias.”
(Vereador Carlos Augusto Barbosa (DEM), na sessão especial da Câmara Municipal que discutiu os problemas do trânsito de Belém, hoje).
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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