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Um projeto firmado entre a ONU Mulheres e a Claro, com incentivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e apoio do Ministério das Comunicações, vai oferecer capacitação em direitos humanos e letramento digital a vítimas de violência doméstica e refugiadas residentes em 10 capitais brasileiras. O acordo foi assinado nesta última terça-feira, 20 de maio, em cerimônia oficial que contou com a presença do ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho.

O programa prevê um ciclo de formação de um ano com encontros presenciais conduzidos por organizações da sociedade civil, que serão selecionadas por edital. Cada entidade parceira receberá investimento semente para a implementação do projeto, além de suporte em infraestrutura de conectividade e equipamentos, fornecidos pela operadora. As atividades terão supervisão da ONU Mulheres, que coordena as diretrizes pedagógicas e metodológicas da iniciativa.

Logo no início do projeto, as 1.300 mulheres participantes receberão um chip com plano de internet gratuito válido por 12 meses. Ao final da capacitação, aquelas com mais de 75% de frequência receberão um smartphone, ferramenta essencial para aplicar na prática os conhecimentos adquiridos. “Conectar essas mulheres ao mundo digital é dar a elas acesso ao conhecimento, ao mercado de trabalho e à independência. É abrir portas para uma nova vida”, afirmou o ministro.

A representante interina da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino, reforçou que a inclusão digital é essencial para o pleno exercício dos direitos: “É estratégico garantir que mulheres tenham acesso ao conhecimento digital, especialmente aquelas em maior vulnerabilidade. Só assim serão capazes de efetivar seus direitos também com o uso das novas tecnologias.”

Para o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, o projeto marca um compromisso conjunto entre Estado, empresas e organizações internacionais na luta contra a desigualdade de gênero. “Cada um de nós tem essa responsabilidade de garantir um futuro melhor para todas as mulheres, para todas as meninas, para que de fato elas possam olhar para o futuro e sentir essa sensação de pertencimento”, afirmou.

Os dados revelam a urgência da ação. De acordo com a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Datafolha, mais de 27,6 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025 no país. A proposta da parceria é romper esse ciclo por meio da inclusão digital, da formação em cidadania e da promoção da autonomia.

Além de ampliar o acesso à tecnologia, o projeto oferecerá ferramentas práticas para transformar realidades, integrando mulheres historicamente excluídas aos espaços digitais e de decisão. A expectativa é que a formação possa garantir acesso à informação e novos meios de renda ao mesmo tempo em que fortalece a autoestima e o senso de pertencimento dessas mulheres nas suas comunidades e no mundo digital.

Foto: Ascom/MCom

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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