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Marcos Valério Reis foi eleito hoje (3), para a  cadeira de nº 37 da Academia Paraense de Letras, patronímica de Teodoro Rodrigues, cujo último ocupante foi Avertano Rocha, nos últimos 43 anos. Atuaram como pareceristas os acadêmicos Océlio Morais, Edy-Lamar de Oliveira e Franssinete Florenzano. A Comissão Eleitoral é integrada por Franssinete Florenzano (presidente), Cláudio Guilhon e Benedito Wilson Sá. A votação começou às 9h e se estendeu até às 18h, pelo sistema Vota Net do TRE, WhatsApp e presencial. A APL é presidida por Ivanildo Alves, que tem na vice Leonam Cruz Jr.

Graduado em Letras, especialista em Estudos Linguísticos e Literários, mestre e doutor em Comunicação, Linguagens e Cultura, pós-doutor em Teologia, docente de graduação e pós-graduação nas disciplinas Literatura Brasileira, Afro-brasileira, Amazônica,
Indígena e Teoria Literária, diretor da Rede Nazaré de TV, membro da Academia Paraense de Jornalismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, dos grupos Academia do Peixe Frito e Estudos Culturais da Amazônia, Marcos Valério é autor dos livros “Bruno de Menezes: Entre Poéticas e Batuques” e “Guia Prático para elaboração de projetos de Pesquisa”. “Abguar Bastos e a Fundação do Romance Amazônico” deverá ser lançado no início do segundo semestre deste ano.

A atuação de Marcos Valério é marcada por profunda dedicação à arte literária, aliada a uma produção acadêmica e cultural consistente, ligada ao pensamento crítico, ao fazer literário e à visibilização das identidades da Amazônia. Sua obra conecta arte, resistência e identidade, democratiza o acesso à produção científica. Ademais, atua na recuperação e valorização da literatura regional como parte essencial do patrimônio imaterial brasileiro.

Em “Bruno de Menezes: Entre Poéticas e Batuques”, Marcos Valério analisa a trajetória de Bruno de Menezes, presidente da APL entre 1956 e 1957, o processo de criação de
sua produção artística, os intercâmbios políticos e poéticos e “Batuque”, especialmente nos eixos saberes, religiosidades e identidades amazônicas. Para tanto, buscou recuperar o cotidiano do poeta, a vida familiar, o lugar de sua esposa em sua formação, produção e atuação, as experiências populares no bairro do Jurunas, os círculos políticos e literários com os quais interagiu e as expressões da cultura africana em simbiose com a região amazônica. Igualmente, visibiliza os sentidos das relações de força impostas pela classe dominante e como grupos populares experimentaram-nas, contaminaram-se e contestaram-nas. Deteve-se, ainda, com atenção especial aos poemas do livro Batuque, contextualizada em sua historicidade e na relação criador e criação, importante instrumento de estudo sobre saberes e religiosidades africanas na Amazônia.

Sua obra sobre Abguar Bastos, jornalista e literato integrante da Academia do Peixe Frito, pioneiro do Modernismo brasileiro partindo da Amazônia, como expressão crítica, histórica, econômica, política e social da região, descortina os múltiplos diálogos com as vozes da arte literária, as dissonâncias que atravessam as discussões do entendimento e particularidades de sua brasilidade. Traz, ainda, importantes aspectos
de sua trajetória de vida, enfatizando experiências sociopolíticas, jornalísticas e literárias e sua relação com a Amazônia, especificamente na Belém da primeira metade do século XX.

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