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Em abril de 2025, 888.407 passageiros embarcaram ou desembarcaram nos aeroportos da Região Norte do Brasil, o maior fluxo já registrado para o mês nos últimos cinco anos. O aumento é de quase 13% em relação a abril de 2024. 

O aeroporto de Porto Velho (RO) apresentou um salto expressivo de 59,3% no comparativo com o mesmo mês de 2024, movimentando 52.369 passageiros frente aos 32.860 registrados anteriormente. Palmas (TO) e Macapá (AP) também seguiram a tendência positiva, com crescimentos de 13,25% e 3,8%, respectivamente.

O protagonismo regional, entretanto, continua dividido entre os aeroportos de Belém e Manaus, que juntos respondem por mais de 61% de todo o tráfego aéreo da Região Norte. O Aeroporto Internacional de Belém – Júlio Cezar Ribeiro (Val-de-Cans) lidera com 305 mil passageiros, o que representa 34,3% do total, enquanto o Aeroporto Internacional de Manaus – Eduardo Gomes transportou 243 mil passageiros (27,4%).

Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, os dados demonstram o êxito das políticas públicas federais voltadas à infraestrutura e conectividade da Amazônia. A intensificação do tráfego aéreo mostra o crescente papel estratégico da região no cenário geopolítico internacional, especialmente diante dos desafios climáticos e ambientais.

É claro que qualquer amazônida (ou não-amazônida com um mínimo de bom senso) sabe que os investimentos na conectividade aérea da região são muito abaixo e/ou demasiado tardios comparados com as reais necessidades e potenciais econômicos e turísticos da região. É no mínimo esquisito que, em pleno 2025, nenhuma mente brilhante não tenha percebido a lógica de Belém ser o hub aéreo de passageiros do Brasil com o norte global.

Em contagem regressiva para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, o aeroporto de Val-de-Cans passa por um processo de modernização. Sob responsabilidade da concessionária Norte da Amazônia Airports (NOA), estão sendo realizadas obras com um orçamento de R$ 470 milhões.

Entre as principais mudanças, destaca-se a ampliação da área de embarque, que passará de 1.500 m² para 4.300 m², além da construção de dois novos mezaninos e uma nova praça de alimentação. A infraestrutura será totalmente renovada com sistemas de climatização e iluminação mais eficientes (o que todo mundo que usa o aeroporto de Belém agradece), abastecidos por fontes 100% renováveis.

A modernização inclui ainda a construção de um novo pátio de aeronaves, além da instalação do sistema PAPI (Precision Approach Path Indicator) nas cabeceiras 20 e 24, essencial para garantir maior segurança nas operações de pouso. O pacote de obras contempla também a restauração dos pavimentos das pistas, balizamento noturno automatizado e melhorias nos sistemas de sinalização horizontal.

O crescimento da aviação civil na Amazônia é peça-chave em uma equação que envolve integração regional, soberania nacional, turismo sustentável e infraestrutura estratégica. Os aeroportos do Norte já deveriam ser, há décadas, catalisadores de desenvolvimento. Bora ver no que vai dar.

Foto: Infraero

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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