Por Desde que começaram as audiências virtuais cenas insólitas proliferam, enriquecendo o folclore forense. Já teve advogado deitado em rede durante audiência, desembargador sem camisa, advogada dirigindo, procurador de justiça soltando um sonoro – e fétido! – “pum”, estante falsa desabando, doce sendo servido, procurador dormindo, e até um desembargador que disparou: “isso, faz essa carinha de filha da puta”, durante recente sessão virtual de julgamento da 3ª câmara do TRT 12ª região. Houve também momento fofo entre as gafes: durante sessão do pleno do STF, a netinha do ministro Marco Aurélio apareceu enquanto ele proferia seu voto, chamando docemente: “Vovôôô!”.
Pois bem, ontem (24), o juiz Thiago Mira de Assumpção Rosado, da 18ª Vara do Trabalho de Curitiba (TRT-PR), percebeu que o advogado e o preposto – também sócio da empresa reclamada -, que deveriam ficar em locais separados, estavam na mesma sala em audiência de instrução. Questionado, o causídico negou. Desconfiado, o magistrado pediu que mostrasse o ambiente. Ladino, o advogado mostrou só uma parte da sala. O juiz, ressabiado, exigiu então um tour virtual de 360 graus. Aí o preposto – apavorado porque tinha ouvido o depoimento da autora, o que é proibido -, para estupefação geral, pulou para debaixo da mesa e ficou rastejando lá, observado por todos os demais. A reclamante e seu advogado caíram na gargalhada, mas o juiz, sentindo-se ludibriado, suspendeu a audiência e anunciou que vai programar os depoimentos das testemunhas da ação em data futura, de forma presencial, e oficiará à OAB-PR a fim de que apure a conduta do advogado, que considera desrespeitosa a ele e à Justiça do Trabalho no Paraná.
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