Abaetetuba terá atendimento em saúde mental 24 horas

A Prefeitura de Abaetetuba assinou, no último dia 22 de maio, duas ordens de serviço que autorizam a construção de dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no município: um CAPS III, com funcionamento 24 horas, e um CAPS i, voltado exclusivamente ao atendimento de crianças e adolescentes.

Os CAPS fazem parte de uma política de fortalecimento do cuidado em saúde mental com base na escuta qualificada, no planejamento responsável e na valorização da dignidade humana. As unidades integrarão a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e funcionarão em regime de portas abertas, com atendimentos gratuitos à população.

O novo CAPS III será o primeiro do tipo na região e terá estrutura para funcionar de forma ininterrupta, todos os dias da semana. A unidade contará com 10 leitos noturnos e equipe multiprofissional composta por psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e técnicos de enfermagem. O objetivo é acolher e acompanhar pessoas em sofrimento psíquico grave, com ou sem histórico de internações, oferecendo suporte clínico, terapêutico e social em um ambiente acolhedor.

Segundo a prefeita e psicóloga Francineti Carvalho, o funcionamento 24 horas é uma resposta à demanda reprimida por atendimentos em situações de crise aguda. O CAPS III possibilitará que os usuários permaneçam na cidade, próximos de suas famílias, evitando hospitalizações em outras regiões e promovendo o vínculo comunitário.

Já o CAPS i será um espaço voltado exclusivamente à saúde mental de crianças e adolescentes, um dos públicos mais vulneráveis e, até então, sem uma estrutura dedicada no município. O centro terá ambiente terapêutico adaptado à infância, com atividades lúdicas, oficinas e acompanhamento individualizado, além de oferecer apoio contínuo às famílias.

O serviço vai atender casos de transtornos mentais graves, como autismo, depressão infantil, ansiedade severa e outras condições que afetam o desenvolvimento emocional e social das crianças e adolescentes. A proposta é oferecer um cuidado integral que envolva também o ambiente escolar e a rede de proteção social.

Francineti destacou a importância do investimento como parte de uma política pública baseada no cuidado humanizado e contínuo. “Esses dois novos serviços são frutos de escuta, planejamento e compromisso com a saúde mental das pessoas. Como psicóloga e gestora, acredito que cuidar da saúde mental é cuidar da dignidade, da autonomia e da vida em sua totalidade”, afirmou.

Com as obras autorizadas, o município agora se prepara para licitar as construções e formar as equipes técnicas que irão atuar nas unidades. A expectativa é de que os serviços comecem a operar ainda em 2025.