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O filósofo, teólogo, educador popular e ativista social Matheus Otterloo se foi hoje (27), aos 89 anos. Ex-presidente e assessor do Comitê Gestor do Fundo Dema e educador da Fase – Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional, um dos fundadores da Unipop – Universidade Popular,  Centro de Estudos e Práticas de Educação (Cepepo) e Sociedade Paraense em Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), deixa um legado de luta incansável por justiça social e resistência em defesa dos direitos humanos. Sua vida foi marcada por um compromisso genuíno com os povos da Amazônia, que continuará inspirando gerações por um mundo de justiça e equidade.

Matheus Henricus Antonius Otterloo, filho de Johannus Henricus Ricardus Otterloo e Maria Antonietta van Eck Otterloo, nasceu no dia 3 de setembro de 1936, em Arnhem, cidade nos Países Baixos (Holanda), mas escolheu a Amazônia como seu chão e, ao longo de décadas, foi um grande defensor de nossas florestas, rios e territórios, combatendo os processos de destruição ambiental e desigualdade social.

Formado em Filosofia e Teologia, atuou na Igreja Católica da Holanda, como integrante da Congregação do Espírito Santo. Veio em 13 de dezembro de 1963 para o Brasil e passou três anos no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Amazonas. Em 1966, assumiu a Igreja de Santa Terezinha, no bairro do Jurunas, em Belém, e logo se inseriu na pastoral de base comunitária da paróquia. Alimentado pelos princípios da Teologia da Libertação, se engajou em diversas ações em defesa das comunidades oprimidas na época da ditadura.

Em 1974 casou com a pedagoga e educadora popular Aldalice Otterloo, que atuava no Movimento de Educação de Base (MEB) e juntos viveram por 50 anos, articulando com outras lutas que já emergiam nas periferias de Belém o direito de morar, escola para todos, luta pelo transporte, saneamento básico, luta pela água, possibilitando a criação da Comissão dos Bairros de Belém – CBB e por meio dela ampliando a participação popular.

Foi protagonista direto da construção e evolução do Fundo Dema, de justiça socioambiental, fruto dos movimentos sociais na região da Transamazônica e Xingu, denunciando grileiros e outros criminosos. Matheus Otterloo apoiou mais de 600 projetos comunitários desenvolvidos por famílias e organizações de povos originários, quilombolas e agroextrativistas, de preservação da floresta, produção de alimentos e defesa de seus territórios. Fez do Fundo um instrumento não só de desenvolvimento local e comunitário, mas também de construção do protagonismo dessas populações como guardiões dos bens da natureza.

Pela sua luta, perseverança e coragem frente aos desafios,

Matheus Otterloo, presente!

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