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Por mais incrível que pareça, ninguém sabe o número exato de jornalistas em atuação no Brasil. Não há fontes de dados públicas ou privadas que estimem com confiabilidade quantos são os jornalistas brasileiros, o que limita a realização de pesquisas para traçar os perfis do profissional, o mapeamento dos locais de trabalho, dos salários, das funções realizadas, da distribuição regional, dos gêneros, etnias ou religiões que integram, informações relevantes tanto para a categoria quanto para a sociedade, os empregadores, o governo e o movimento sindical.

Para suprir essa lacuna, os Programas de Pós-Graduação em Jornalismo e Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina conceberam a pesquisa “Perfil do Jornalista Brasileiro 2021” e o estudo vem sendo conduzido pelo Comitê de Pesquisa da Rede de Estudos sobre Trabalho e Identidade dos Jornalistas. A iniciativa, executada pelo Laboratório de Sociologia do Trabalho da UFSC, pretende mapear características sociodemográficas, políticas, de saúde e do trabalho a fim de apurar “quantos e quem são os jornalistas brasileiros, no começo desta terceira década do século 21”, atualizando assim os dados da pesquisa “Quem é o jornalista brasileiro?” realizada em 2012 em convênio com a Federação Nacional dos Jornalistas. Este ano há três novos temas: a precarização do trabalho jornalístico; as condições de saúde laboral; e os efeitos das inovações tecnológicas nos saberes e fazeres da profissão.

O professor doutor em Comunicação, pesquisador da UFSC e coordenador do Comitê, Samuel Lima, que é paraense de Santarém, explica que a pesquisa vai subsidiar entidades como a Abraji  (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), ABI (Associação Brasileira de Imprensa), APJor (Associação Profissão Jornalista) e SBPJor (Associação Nacional de Pesquisadores em Jornalismo) e também servir de suporte para estudos mais específicos que podem revelar e iluminar questões de saúde, regionais, de gênero, inclusão racial e diversidade.

A Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação) assumiu o compromisso de divulgar o estudo. Estão sendo ouvidos, via metodologia web survey, profissionais que atuam em veículos ou mesmo que estejam fora da mídia tradicional, além de docentes. O resultado será lançado em e-book em 2022.

No ano passado, o Centro de Pesquisa Comunicação e Trabalho da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), coordenado pela professora Roseli Figaro, lançou o relatório “ Como trabalham os comunicadores em tempos de pandemia?”. Os dados obtidos desvendaram cenário alarmante, mostrando que, no geral, “trabalha-se mais horas, em ritmo mais intenso e com mais incertezas sobre as condições de salário e emprego” durante a pandemia de Covid-19.

A coleta de dados da pesquisa atual começou no último dia 16 e segue até o dia 30 de setembro. Já foram enviadas 3,3 mil respostas ao questionário, mas é preciso avançar muito ainda para alcançar amostra estatística com grau de confiabilidade plena. O link do questionário da pesquisa está no portal da UFSC e pode ser acessado clicando aqui.

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