Ontem à noite policiais civis da Superintendência Regional do Baixo Tocantins e militares do Comando de Policiamento Regional IX apreenderam 800 Kg de “Oxi” que estavam escondidos no fundo falso do porão de uma embarcação ancorada na Vila Maiuatá, em Igarapé-Miri, um dos municípios mais violentos do Pará. Conforme o delegado-geral Walter Resende, a quantidade da substância entorpecente representa mais de R$20 milhões fora de circulação.
Obtido da mistura da pasta base de cocaína com querosene, gasolina, cal virgem ou solvente usado em construções, o oxi tem efeito devastador no corpo humano. Afeta o cérebro, matando neurônios, causando esquizofrenia, psicose e demência; corrói os sistemas respiratório e digestivo; sobrecarrega o coração, os rins e o fígado (fonte: Marta Jezierski, médica psiquiatra, e Ana Cristina Fulini, especialista em dependência química).
A região Nordeste do Pará é historicamente conturbada e há anos a população é aterrorizada por grupos criminosos que atuam no tráfico de drogas e milícias, além de pirataria e assaltos nas rodovias. A 4ª Risp da Polícia Civil do Pará é comandada por uma mulher, a delegada Renata Gurgel.
Uma pistola calibre .380 e uma caixa com mais de 50 munições também foram encontradas durante a abordagem. O comandante da embarcação e outro tripulante confessaram que estavam transportando a droga até o município de Moju e que receberiam cerca de R$80 mil caso concluíssem o serviço. Os dois juraram que era a primeira vez que se envolviam no esquema, mas foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Todo o material apreendido foi conduzido à sede da Superintendência da Polícia Civil em Abaetetuba e será encaminhado à Diretoria Estadual de Narcóticos, em Belém.
A ação contou com apoio Núcleo de Inteligência Policial (NIP), Núcleo de Apoio à Inteligência (NAI/Abaetetuba) e Grupamento Fluvial (GFLU) da Secretaria de Segurança Pública. As investigações prosseguem para esclarecer a origem da mercadoria e os chefões da organização criminosa.