Publicado em: 6 de junho de 2025
Neste sábado, 7 de junho, às 14h, na Terra Firme, em Belém, acontecerá mais uma edição do Pipaço Contra o Trabalho Infantil. O evento será realizado no Conjunto Liberdade, Quadra 07, nº 90, na Ocupação Abrigo, e tem como objetivo mobilizar crianças, famílias e organizações sociais para refletir e agir contra o trabalho infantil. A estimativa é de que cerca de 100 crianças participem da ação.
A programação inicia com uma oficina educativa sobre os impactos do trabalho infantil e, às 15h, as crianças empinarão suas pipas como ato simbólico de liberdade e direito à infância. O evento é gratuito, voltado especialmente às crianças do bairro, mas aberto à comunidade em geral. A localização exata pode ser acessada neste link.
A iniciativa é coordenada pelo coletivo Chalé da Paz, com apoio da Incubadora Chalé da Paz, Tela Firme, Instituto Peabiru, Associação de Moradores do Abrigo (AMOA), AMATRA8, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH-UFPA), entre outras organizações parceiras. Segundo Francisco, coordenador do Tela Firme, a ideia surgiu a partir de uma cena cotidiana observada no bairro, quando crianças estavam empinando pipas e, logo ao lado, outras da mesma idade estavam vendendo produtos em feiras. Naquele momento, perceberam que o brincar também pode ser um ato político.
O evento é um espaço de escuta e orientação. Ao soltar pipas, crianças exploradas voltam a ser crianças, como devem ser. Mas antes disso, existe a conversa sobre o que significa o trabalho infantil, como ele afeta o corpo, a mente e os sonhos. Nas edições anteriores, algumas das crianças participantes estavam, de fato, em situação de trabalho infantil. A partir das rodas de conversa, surgiram encaminhamentos para que suas famílias pudessem acessar políticas públicas e acompanhamento social.
Dados recentes da plataforma Livre de Trabalho Infantil apontam que mais de 1,9 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham no Brasil. No Pará, esse número é significativo, especialmente nas áreas urbanas periféricas, onde o acesso à renda, à escola em tempo integral e à cultura ainda é restrito. É na feira, na rua, nos sinais. O trabalho infantil está à vista, mas muitas vezes é naturalizado.
A proposta do Pipaço é agir onde o problema acontece, com ferramentas acessíveis, simbólicas e potentes. A pipa é leve, simples, mas quando sobe, carrega um recado: criança tem que estudar, brincar, viver a infância, e não trabalhar”.
Maiores informações podem ser obtidas através do telefone 91 98260-1045 (Francisco).

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