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Figura representativa da capital do Grão-Pará, o mercado Ver-o-Peso chega aos 398 anos consagrado como um dos pontos mais comentados e controversos da nossa terrinha.

Está na TV, rádio, jornal impresso, revistas e na internet. Basta um clique no santo oráculo Google, moderno pai dos não-sábios, e haverá uma infinidade de informações.

Dados, porém, que não fazem jus ao suor dos trabalhadores e trabalhadoras no cotidiano, de segunda a segunda, das 00:00 horas de um dia para o outro.

Ou ainda, ao suor de turistas correndo atrás de iguarias exóticas/afrodisíacas/terapêuticas. E/ou correndo atrás do “dono do celular”, “dono da máquina fotográfica”, “dono da pochete” et cetera.

E o que dizer das barracas que vendem o líquido valioso, o incomparável açaí ? Com peixe frito, charque ou camarão, atrai gente vinda das periferias e dos condomínios classe A + de Belém e adjacências.

Gostar de açaí com ou sem açúcar, com farinha baguda ou de tapioca, une as classes por estas bandas.

Já fui lá pra comprar bacuri, gó, pau-de-verônica, sabonete de juá, banho do descarrego, e também para comprar a vaselina branca sem cheiro que o vovô João usava para arrumar os poucos cabelos grisalhos.

Já fui lá só para tomar uma coca-cola e arrotar admirando o pôr-do-sol.

Igual a um monte de gente. E diferente de muitas outras pessoas. Todos nós temos a nossa forma de viver o complexo do mercado, seja essa forma laboral, cultural, científica, boêmia…

O Ver-o-Peso é um acontecimento social o qual vibra com a conexão de sentimentos.

Um encontro de almas.

Viva o Veropa da gente!

Foto de Cláudio Dias

Paula Portilho
Paula Portilho é jornalista, Relações-públicas e consultora em comunicação política.

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