Publicado em: 28 de outubro de 2025
A Vara de Combate ao Crime Organizado do Poder Judiciário do Estado do Pará expediu, em colaboração com a Justiça Fluminense, alguns mandados que integram a Operação Contenção, deflagrada nesta terça-feira, 28, pelas forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro, destinada a prender líderes do Comando Vermelho com atuação interestadual, homiziados nos complexos do Alemão e da Penha. Até o fim da tarde tinham sido computados 64 mortos, mais de cem presos e 93 fuzis apreendidos. Quatro policiais foram mortos e oito estão feridos. Quatro moradores também foram atingidos. Pelo menos 2,5 mil policiais e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) participaram da operação, tida como a mais violenta dos últimos 15 anos.
O transporte público foi paralisado e ônibus usados como barricadas. Traficantes utilizaram drones para lançar granadas contra equipes da Core e do Bope, cenário típico de guerra. O trânsito das principais vias da cidade foi interrompido. Escolas, postos de saúde e estabelecimentos comerciais, a Linha Amarela, a Linha Vermelha, a Avenida Brasil, tudo fechou, dando um nó na região metropolitana.
O governador Cláudio Castro pediu o acionamento das Forças Armadas e ajuda de blindados da Marinha e Exército, mas foi negado. Ele alertou para a possibilidade de retaliação dos criminosos diante de tantos mortos e apreensões, declarou que não tem condições de atuar sozinho e que o conflito ultrapassou o âmbito da segurança pública tradicional. “Essa operação de hoje tem muito pouco a ver com Segurança Pública. É uma operação de Estado de Defesa. É uma guerra que está passando os limites de onde o Estado deveria estar sozinho defendendo. Para uma guerra dessa, que nada tem a ver com a segurança urbana, deveríamos ter um apoio maior e até das Forças Armadas. É uma luta que já extrapolou toda a ideia de Segurança Pública e que está na Constituição. O Rio está sozinho nessa guerra”, reclamou o governador.
Por outro lado, especialistas ligados ao governo comentaram que combater o crime organizado exige estratégia, por exemplo atacar fluxos financeiros, investigar lavagem de dinheiro, fortalecer corregedorias independentes e combater a corrupção dentro do Estado.
Os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) farão uma reunião de emergência com o governador Cláudio Castro nesta quarta-feira (29). 

Dez criminosos faccionados que teriam liderado de dentro da cadeia ações que culminaram com o caos na cidade, incluindo bloqueio de pistas e sequestro de ônibus em diferentes pontos, irão para presídios federais. Em reunião na Casa Civil hoje à tarde, o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, os ministros Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Jorge Messias (AGU), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), Sidônio Palmeira (Comunicação) e o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos, avaliaram a situação. Lewandowski negou ter recebido pedido do governador do Rio para apoio à Operação Contenção.










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