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Todas as pessoas que trocam serviços por resultados financeiros são empreendedores. Médicos, dentistas, arquitetos, advogados…são empreendedores. Precisam saber gerar clientes, gerir seus ganhos, e divulgar seus conhecimentos, por exemplo, para que tenham bons resultados financeiros.

 Meu pai era médico e não tinha ideia de que era um empreendedor. Médico raiz, daqueles que aceitavam galinha, pato, ou qualquer outra doação que servisse para pagar seus serviços de quem não podia fazer isso com dinheiro. Cresci vendo-o trabalhar meio expediente no SUS, por puro amor ao próximo e à profissão, já que ele era também um dos donos de um hospital particular, um dos maiores da cidade na sua época. Então meu pai não exercia a medicina na busca de resultados financeiros e sim pelo propósito de servir. Ele não sabia que era empreendedor e não se importava com isso.

No entanto, os resultados sempre vinham.

Talvez justamente por trabalhar por amor  foi que meu pai conquistou em vida tudo aquilo que desejou, talvez o dinheiro lhe viesse fácil porque ele nunca se preocupou com isso. Quem já leu algo sobre leis da atração, que você deve SE SENTIR bem sucedido para ser como tal? A verdade é que meu pai se sentia muito bem sucedido e amado e era exatamente assim que a vida lhe tratava. E ele amava, mais que tudo, o seu trabalho, portanto o seu trabalho o amava de volta.

Com o meu pai eu aprendi que não há “técnica de venda” melhor do que FAZER COM AMOR O QUE SE FAZ!

Todas as vezes que eu empreendi visando apenas o lucro, “dei com os burros n’água”. Eu tive sucesso no meu Atelier de confeitaria por 18 anos, porque eu era uma apaixonada pelo que fazia. E estou experimentando mais uma vez algo que se pode chamar de sucesso exatamente pelo mesmo motivo.

Empreender neste país já é bastante difícil. Empreender sem gostar do que faz, então, é um sacrifício que já aprendi que não vale a pena, porque você não terá motivação para apresentar o melhor de si quando estiver passando por uma fase menos próspera. Tem que ter paixão! Seu olho tem que brilhar de verdade, pois só assim você fará o olho do seu cliente brilhar também.

Está mais do que provado que as vendas acontecem pela emoção e não pela razão. E como você vai fazer o seu cliente se emocionar pelo seu produto se você não se emocionar por ele em primeiro lugar?

Se você amar o que faz, vai conseguir ter ânimo para trabalhar em dias de menor movimento, em tardes chuvosas, em momentos de cansaço, mesmo quando sua energia não estiver tão alta. E isso fará toda a diferença.

Ao invés de pensar em resultado, faça como o meu pai e pense no bem que seu trabalho está causando, no impacto que está gerando à sociedade, pense no prazer que você está tendo de poder viver do que ama. O resultado será a consequência lógica de um bom trabalho, executado com coerência e assiduidade.

Quando as portas começaram a se fechar para o meu pai, pela idade, ele resolveu ser médico no interior, que ele amava. No último ano de sua vida ele se orgulhava ao dizer que estava fazendo cirurgias todos os dias. Resultado: ganhou dinheiro como nunca! Mera consequência do que ele fazia: um atendimento especial, cuidadoso, competente, amoroso E FELIZ!

Não à toa, foi enterrado vestindo seu jaleco, com o nome bordado no bolso: Dr. Antônio Fontelles-médico.

Na semana passada foi o dia dos pais e eu dedico o texto de hoje a ele, o meu pai, o melhor médico que já conheci, de quem sinto tantas saudades e que me deixou tantos exemplos, como o amor pelo ofício.

Obrigada, pai.

*O artigo acima é de total responsabilidade da autora.

Julia Fontelles
51 anos, empreendedora há mais de 30 anos, proprietária da Le Panier D’Amelie-Cestaria, especializada em cestas de café da manhã e de happy hours. E-mail julia.villasanti@live.com

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