Obras dos artistas Keyla Sobral e Dirceu Maués que integraram a Bienal das Amazônias com o tema “Bubuia: águas como fonte de imaginações e desejos”, estão expostas até 15 de maio, no complexo turístico Estação das Docas, em Belém do Pará.
Com o projeto de intervenção pública “Metade de mim rio a outra nem tanto”, Keyla Sobral apresenta peças em neon de vidro, nas cores verde e vermelha, para áreas interna e externa, respectivamente, que propõem um diálogo entre a palavra e a paisagem. “É um transbordamento. É essa relação rio-floresta. Essa geografia-sentimento. Que palavras são essas? Um rio de metáforas”, conta a artista, explicando que a obra é uma expansão contemporânea. “A Bienal é importante porque ajuda a dar visibilidade aos artistas que estão construindo a visualidade amazônica contemporânea, contribuindo assim para debates e reflexões sobre a arte feita na região”, ressalta. Paraense, Keyla Sobral é doutora em Artes pela Universidade Federal do Pará. Participa, desde o início dos anos 2000 de exposições e projetos pelo Brasil e no exterior. Sua produção artística aborda a cultura amazônica, na busca do que está invisível ou imperceptível.
“Tambores de luz: [in]versões na paisagem”, de Dirceu Maués, faz parte de uma série de instalações e intervenções urbanas exibidas desde 2013, em Brasília (DF). “[In] versões na paisagem foi como denominei os primeiros trabalhos de intervenções com câmeras escuras. Essas intervenções se aproximam da noção de instalações in situ ou site specific, pois propõem um diálogo com a paisagem local, com um ambiente ou com a especificidade de determinados espaços”, comenta Dirceu, para quem cada tambor funciona como uma câmera obscura aberta, na qual é possível visualizar uma imagem projetada em seu interior, sobre um suporte de papel vegetal. Duas peças foram colocadas na entrada da Estação das Docas, e a terceira às proximidades do primeiro galpão. “Os múltiplos recortes que as câmeras provocam na paisagem urbana invertem a imagem do mundo. O olhar do fotógrafo, através do dispositivo, encontra par no olhar distraído dos transeuntes, em meio à correria diária de um cotidiano cheio de excessos que entorpecem os sentidos”, acrescenta.
Dirceu Maués começou a fotografar em 1990. Em 1991, participou da oficina da Associação FotoAtiva, e iniciou trabalhos como fotógrafo para jornais e revistas. Ganhador de prêmios nacionais e internacionais, em 2003 passou a trabalhar com a técnica pinhole como linguagem estética. Já expôs no Künstlerhaus Bethanien de Berlim, Alemanha, (2009-2010) e no Centro Municipal de Fotografia (CMDF) de Montevidéu, no Uruguai.
O projeto é realizado por meio da Lei Rouanet, com apoio institucional da Embaixada da França no Brasil; Goethe Institut; Instituto Francês; Cultural Circular – British Council e Oi Futuro; Governo do Pará – Secult e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM); Prefeitura de Belém – via Fumbel; Museu da UFPA; Fadesp e Instituto Peabiru, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e Mercado Livre.
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