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Moradores de Barcarena e ativistas ambientais denunciaram ao blog alterações no rio Tocantins, cujas águas estão vermelhas, atribuindo o fato a possível vazamento de rejeitos de bauxita da multinacional Hydro, que opera no município. Afirmam que há possibilidade de problemas no desembarque do bauxita no porto ou na própria fábrica e que a lama vermelha retém todo o ferro, titânio e sílica presentes no minério, além do alumínio que não foi extraído durante o refino, combinado com o sódio sob a forma de um silicato hidratado de alumínio e sódio de natureza neolítica.

Encaminhei as denúncias com fotos à mineradora, pedindo esclarecimentos, e recebi nota oficial do vice-presidente da empresa, Anderson Baranov, que transcrevo abaixo:

“Prezada Franssinete, 

Em atenção à informação que recebemos e também às fotos encaminhadas por você na data de ontem, gostaríamos de repassar algumas informações que podem ser úteis para esclarecer o ocorrido. Ressaltamos que as operações na Hydro Alunorte estão ocorrendo dentro da normalidade. 

A respeito da possibilidade de problemas no desembarque de bauxita:

No Porto ou na fábrica, não houve desembarque de bauxita, proveniente de Trombetas, pelo Porto de Vila do Conde desde a semana passada (03/11). O restante da bauxita utilizada na refinaria, proveniente de Paragominas, chega através de mineroduto, desaguando dentro dos tanques da refinaria, sem nenhuma alteração por toda a linha do mineroduto. 

A respeito do novo Depósito de Resíduos Sólidos 2:

Recentemente a Hydro finalizou a obra de construção da nova área de disposição do resíduo do refino da bauxita, DRS-2. O depósito foi construído dentro do melhor e mais moderno conceito de disposição no mundo, respeitando legislação e com rigorosa atenção aos cuidados ambientais. A metodologia adotada pela Hydro Alunorte é recomendada como melhor prática pela iniciativa ASI – Aluminium Stewardship Initiative, que certifica as melhores práticas na gestão das operações de bauxita, alumina e alumínio mundiais.
Com o DRS-2 e a nova tecnologia implantada para a filtragem do resíduo, a Hydro Alunorte poderá dispor um material com menor teor residual alcalino e menor umidade, possibilitando dispor mais material por unidade de área. Empresas especializadas e independentes acompanham e verificam o projeto, bem como os trabalhos de disposição e compactação dos resíduos, assegurando tecnicamente a qualidade da atividade. 

Sobre as fotos que mostram a água da praia com coloração avermelhada:

Apesar da coloração avermelhada da água, não há qualquer relação com a bauxita ou operações da Hydro Alunorte. O fenômeno natural, que é percebido com frequência na praia de Vila do Conde, precisa ser melhor estudado. Há na literatura pelo menos duas teorias sobre a causa: 

• O desprendimento de óxido de ferro através do atrito das ondas da praia sobre o solo. Essa condição é potencializada em marés altas, em períodos de lua cheia, o que ocorreu no dia da publicação das fotos. 

• A segunda teoria é conhecida como “maré vermelha”, geralmente causada por algas microscópicas chamadas de Dinoflagelados (divisão Dinophyta, segundo os botânicos, ou filo Dinoflagellata), e seu surgimento pode estar associado a mudanças na temperatura, salinidade e quantidade de nutrientes na água.
Fenômeno similar já foi visualizado em outras praias do Estado. Em setembro deste ano, veículos de comunicação noticiaram situações semelhantes na Ilha de Mosqueiro. 

Estamos à disposição para mais esclarecimentos em caso de dúvidas.

Atenciosamente, 
Anderson Baranov 
Vice President
Head of Brazil Government Affairs
Norsk Hydro – Brasília Office”.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Marudá, distrito de Marapanim(PA)

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