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Deputadas, senadoras, ministras de tribunais superiores, advogadas e outras juristas defenderam a efetiva ocupação de cargos de poder pelas mulheres como passo fundamental para concretizar a democracia no Brasil, durante o 5º Encontro Nacional das Procuradoras da Mulher, na Câmara dos Deputados. Elas reafirmaram que a maior presença feminina na política significa cumprir a Constituição de 1988.

A coordenadora-geral do Observatório Nacional da Mulher na Política, deputada Yandra Moura (União-SE), frisou que a participação da mulher nos espaços de poder é não só um direito, mas uma necessidade de Estado. “A gente precisa conscientizar os partidos de que as mulheres precisam discutir todos os assuntos, de ordem econômica inclusive. A gente precisa estar na Comissão de Orçamento. Isso faz diferença nas políticas públicas, para combater violência política, violência doméstica.”

Na avaliação da Procuradora da Mulher na Câmara, deputada Soraya Santos (PL-RJ), é inadmissível mais de 700 municípios no Brasil não terem uma mulher como vereadora e criticou as candidaturas “laranjas” de mulheres para cumprir cota nos partidos. “Mulher gosta de política. Mulher não quer ser trampolim de candidatura nenhuma.”

Ex-ministra do TSE, a advogada Luciana Lóssio lembrou que, em 2015, o tribunal decidiu pelo cabimento da ação de contestação das candidaturas fraudulentas. “De lá para cá, veja o quanto a Justiça Eleitoral caminhou e o quanto de efeito prático tivemos com inúmeras candidaturas ‘laranjas’ reconhecidas. Hoje os atores partidários têm receio de fazer o uso das laranjas como faziam antigamente graças ao avanço da presença de mulheres na política.”

A ministra do TSE Edilene Lobo defendeu dotações orçamentárias destinadas à promoção da paridade de gênero e da equidade racial nos espaços de poder. “As mulheres precisam ocupar cadeiras em condições plenas e não podem ser utilizadas apenas para preencher as chapas de registro”.

Diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho comentou que muitas mulheres empreendem por necessidade, uma vez que não conseguem colocação no mercado de trabalho ou precisam adequar a jornada a uma rotina de cuidados com a família. “Não é esse o empreendedorismo que nós queremos. Nós queremos que as mulheres se programem pra isso, façam um estudo do mercado, vejam o que o mercado comporta, qual produto você pode oferecer, qual produto tem saída, qual o preço desse produto, como eu faço para produzir melhor, e como eu consigo financiamento.”

Andreia Schroeder, do Grupo Mulheres do Brasil, ressaltou a importância de chegar a 50% em todos os espaços de tomada de decisão. “Quando há mulheres na política a chance de corrupção é 6 vezes menor do que quando há só homens. E quando há mulheres negras a gente tem muito mais projetos de políticas públicas que representam toda a diversidade da sociedade”, afirmou.

Lição de amor e respeito de Padre Júlio Lancellotti e Mãe Juci de Oyá

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