A operação “Last Prom” (último baile) da Polícia Civil do Pará cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Oeiras do Pará, Belém e Curralinho, desarticulando uma associação criminosa que criou polos de educação à distância falsos com a logomarca da Universidade Paulista – UNIP e vinha “formando” alunos desde 2017.
O chefe do esquema foi preso em flagrante em Curralinho. Com ele foram encontrados certificados de conclusão de curso falsos, boletos em nome da UNIP, becas, canudos de formatura, computadores, entre outros itens. Ele fundou o primeiro polo na localidade Monte das Oliveiras, Rio Itaucu, em Oeiras do Pará, e se apresentava como coordenador regional da UNIP em diversas comunidades da região do Marajó, especialmente Curralinho.
O grupo conseguiu centenas de alunos ao longo dos anos e, ao final, entregavam certificados falsos da faculdade. Os polos promoviam cursos de graduação e pós-graduação em diversas áreas, incluindo Pedagogia e História. No total, eram ofertados cerca de 60 cursos de pós-graduação em diversas áreas. As investigações apontam que há várias vítimas que estão exercendo as profissões de forma ilegal no arquipélago do Marajó.
Pelo fato de os criminosos escolherem regiões isoladas e de difícil acesso, não é descartada a hipótese de haver outras unidades fraudulentas. A operação foi realizada pelas equipes de Oeiras do Pará e da Superintendência do Baixo Tocantins, sediada em Abaetetuba, que cumpriu o mandado de busca e apreensão no endereço do suspeito em Belém, onde foram apreendidos mais computadores e outros documentos com a logomarca da UNIP. Em seguida, foram cumpridos os demais mandados em outros endereços.
Ao tomar conhecimento de que estavam sendo vítimas de estelionato, diversos alunos que “se formariam”, com direito a cerimônia e baile, se apresentaram para prestar depoimento. A polícia estima um número de vítimas superior a mil, e que boa parte dessas pessoas estejam com diplomas falsos trabalhando e exercendo a profissão. Os policiais apuraram que os custos do curso, do baile da formatura, da formatura e da confecção dos diplomas falsos às vítimas saía por cerca de R$12 mil reais, em média, causando um prejuízo de R$12 milhões, contou o delegado Mohab Khayan Lima.
Quaisquer informações que possam ajudar a polícia devem ser encaminhadas ao Disque-Denúncia (181). A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer telefone. Também é possível mandar fotos, vídeos, áudios e localização para a atendente virtual Iara, pelo WhatsApp (91) 98115-9181. Em ambos os casos não é necessário se identificar, explica o delegado geral de Polícia Civil, Walter Resende.
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