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No dia em que o padre Giovanni Gallo completaria 96 anos de idade Otaci Gemaque, coordenador do Museu do Marajó há mais de 36 anos, representou o homenageado na outorga da Medalha do Mérito Museológico, em caráter post mortem. 

“Giovanni Gallo era um homem muito bom, muito sincero e sério. Esse é um momento de muita alegria para nós, principalmente para mim, como presidente da Associação do Museu”, disse Otaci Gemaque. O Museu do Marajó foi o espaço escolhido para a entrega da comenda ao saudoso criador do Museu. A Medalha é considerada a mais alta honraria de reconhecimento às contribuições de profissionais ligados ao desenvolvimento da museologia brasileira.

O Museu do Marajó, que há pouco mais de um ano foi reconstruído pelo Governo do Pará, via Secretaria de Estado de Cultura, é considerado um dos mais importantes da Amazônia. Com um acervo ímpar, reúne peças arqueológicas, etnográficas e históricas do povo marajoara. A 10ª edição da premiação reconhece as contribuições de Giovanni Gallo, idealizador e fundador do Museu do Marajó.

Participaram da solenidade a presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro; a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal; o prefeito de Cachoeira do Arari, Antonio Athar; o presidente do Conselho Federal de Museologia (Cofem), Marco Antônio Ballester; o presidente do Conselho Regional de Museologia, Saulo Rocha; a presidente da Câmara de Vereadores do Município, Luziene Leal, e o presidente da Associação do Museu do Marajó, Otaci Gemaque.

“Eu vim do Museu Histórico Nacional. Fui diretora lá, onde foi criado o primeiro curso de Museologia do Brasil. E só agora a gente começa, nas últimas duas décadas, a fazer uma reflexão, que para padre Gallo era o cotidiano da vida. É pensar o museu não só como um espaço de salvaguarda, de reunião de acervo, mas de formação das pessoas. Não só a formação dentro de uma perspectiva escolar, formal, mas uma formação cidadã. Pensar em desenvolver a sociedade, pensar na cultura como direito”, disse Fernanda Castro.

A preservação das raízes de um povo, como principal instrumento de identidade e emancipação social, foi o lema de padre Gallo, que incentivou ações colaborativas, de participação das comunidades locais na gestão do espaço. 

Segundo Marco Antônio Ballester, o desenvolvimento dos estudos de museologia promoveu nos últimos anos uma grande mudança na área. “A vinda deste Conselho a Cachoeira do Arari, para fazer o devido reconhecimento ao padre Giovanni Gallo, demonstra essa releitura do saber museológico, que nesse caso foi o envolvimento comunitário, em uma região tão distante das instituições museológicas nacionais. Isso nos alegra, deixando claro que devemos democratizar não somente o acesso aos museus, mas também a sua fruição com a comunidade, tendo como um dos agentes fomentadores o museólogo. Nesse sentido, o Conselho Federal de Museologia entrega a comenda com grande felicidade e respeito aos serviços prestados pelo museólogo Giovanni Gallo ao Estado do Pará, à cidade de Cachoeira do Arari e à Museologia Nacional”, ressaltou o presidente do Cofem.

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