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O Cinema Olympia, inaugurado em 24 de abril de 1912, próximo ao icônico Theatro da Paz, foi erguido no auge do ciclo da borracha, período que trouxe riqueza e efervescência cultural à classe dominante da capital parauara. O cinema, na época, era uma novidade que começava a encantar o mundo e tornou-se um dos principais passatempos da dita “elite” local.

Atualmente, Cine Olympia, o mais antigo em atividade do Brasil, passa pelas últimas etapas de sua restauração, conduzido pelo Instituto Pedra e pela Prefeitura de Belém. Na quinta-feira, 24 de abril, houve uma comemoração de aniversário do cinema junto aos trabalhadores que se dedicam, dia e noite, à sua nova entrega ao público.

Em meio a parabéns cantados e um bolo especial, o momento refletiu o afeto e o empenho coletivo em preservar esse patrimônio cultural. A arquiteta Beth Almeida, responsável técnica pela obra, expressou a relevância do projeto: “Restaurar o Olympia é restaurar uma parte importante da história de Belém e do Brasil.”

A história de amor dos belenenses pelo Olympia se democratizou e atravessou gerações. Um dos momentos mais emblemáticos dessa relação ocorreu em 2006, quando a sociedade civil se mobilizou para impedir o fechamento da sala, anunciado pelo grupo proprietário da época. A forte pressão popular garantiu a passagem do cinema para a gestão da Prefeitura, assegurando sua continuidade como espaço cultural.

Maria Christina, fotógrafa e produtora cultural, recorda com emoção a mobilização: “Soubemos que o Olympia ia fechar, e isso era inadmissível. Era preciso lutar para preservar esse espaço que guarda tantas memórias de nossas vidas.”

Em celebração aos 113 anos do cinema, neste domingo, dia 27 de abril, acontecerá a segunda edição do projeto “Olympia Itinerante”, desta vez, em frente ao próprio cinema.

A programação gratuita terá início às 18h30 e exibirá uma seleção de curtas-metragens paraenses, entre eles “O Time da Croa”, de Jorane Castro; “Josephina – A moça do táxi”, de Zienhe Castro; e “Olhares do Norte: Pará: Luiz Braga”, de Fernando Segtowick. A sessão também contará com uma homenagem ao cineasta e crítico Pedro Veriano.

Cadeiras cobertas estarão disponíveis para os primeiros que chegarem, mas o público é convidado a trazer suas próprias cadeiras de praia ou bancos para aproveitar a noite de cinema sob as estrelas.

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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