O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (9) a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde para Dengue e outras Arboviroses. O planejamento e a resposta coordenada serão realizados em diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios. O Pará registrou 33 casos prováveis de dengue na primeira semana epidemiológica de 2025. No mesmo período de 2024, foram 186 casos.
Também foi lançado o Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, a fim de conter o avanço dessas doenças. O novo plano revisa e amplia a versão anterior, e reforça as estratégias de prevenção, preparação e resposta às epidemias de arboviroses. O documento orienta a elaboração de planos regionalizados, estaduais e municipais, que levem em consideração os cenários específicos do contexto epidemiológico e dos arranjos socioambientais, incorporando experiências e iniciativas locais e regionais.
Outras ações são a expansão do método Wolbachia, de 3 para 40 cidades até 2025; implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas; borrifação residual intradomiciliar (BRI-Aedes) em áreas de grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos; estações disseminadoras de larvicidas, com previsão de implantação de 150 mil unidades na primeira fase do projeto; uso de Bacillus Thuringiensis Israelensis para monitorar e controlar a disseminação do mosquito. No Distrito Federal, estão sendo instaladas cerca de 3 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas na região do Sol Nascente, com expansão prevista para outras áreas periféricas do país.
Medidas simples são importantes para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.
O presidente Lula e a ministra Nísia Trindade lançaram o Plano de Ação 2024/2025 para reduzir os impactos das arboviroses no Brasil. Estão em implementação seis eixos de ação definidos pelo documento, elaborado em parceria com instituições públicas, privadas e organizações sociais.
As iniciativas incluem prevenção e vigilância; organização da rede assistencial com qualificação de profissionais para diagnóstico e tratamento; mobilização e comunicação comunitária, considerando que 75% dos focos do mosquito transmissor estão dentro das residências; recomposição dos estoques de inseticidas; e distribuição de mais de 3 milhões de testes para detecção de dengue e outras arboviroses.
A aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue para 2025 também foi firmada, como estratégia complementar. Ainda não há doses disponíveis em larga escala, pela limitação de produção do laboratório fabricante, sendo a eliminação dos focos do mosquito a estratégia principal. Até agora, 5,5 milhões de doses já foram enviadas aos estados e ao DF.
O Ministério da Saúde reforça que a principal medida é a eliminação dos criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários de Saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros.
Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos. Até ontem (8) foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos estão em investigação em 2025. Do total de casos, metade está nos estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por 61,8% das ocorrências.
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