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O Palacete Bolonha, uma das edificações históricas mais lindas de Belém do Pará, joia arquitetônica da cidade, é o cenário do sarau literário de amanhã, dia 27, das 16h às 20h, promovido pela Academia Paraense de Jornalismo, com apoio da Prefeitura de Belém.

De quebra, as pessoas que comparecerem ao evento poderão visitar as instalações do palacete, que funciona como Casa Museu Francisco Bolonha. A famosa sala de música, a biblioteca, a sala de costura e o mirante do palacete representam fragmentos da história de Belém. Idealizado pelo arquiteto Francisco Bolonha em 1905 para presentear sua esposa, a pianista carioca Alice Tem-brink, o Palacete Bolonha foi erguido em estilo art noveau, com características clássicas do Ciclo da Borracha. Além do casal, residiram lá famílias destacadas da sociedade paraense e, inclusive, foi sede da Prefeitura Municipal. Vários estilos convivem harmonicamente no prédio: pitadas do barroco brasileiro em sua estrutura, como o rococó; e a cobertura à la mansard, com telhas em ardósia colorida, pintadas propositadamente para dar jogo visual à distância, com detalhes de acabamento em ferro para o telhado em mansarda com torreão. Há características góticas nas agulhas do teto, no porão, grades e revestimentos florais na entrada, nas salas de banquete e de jantar e no teto dourado – executado na Europa, com molduras de influência grega. A decoração tem mosaicos de Pompéia, relevos com temática greco-romana, azulejos art nouveau, pisos em vidro. Em todo o primeiro andar, predominam elementos ecléticos e neoclássicos, com destaque para o art noveau. Já no segundo andar o banheiro principal tem ferragens inglesas, banheira em mármore neoclássico, piso em mármore branco e preto com pastilhas azul-branco e rosa-branco. No terceiro andar uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, transformada em sala de banho por outro proprietário, transmite a ideia do fausto da época. O Palacete Bolonha fica na Av. Governador José Malcher, 295, entre Benjamin Constant e Passagem Bolonha.

 O poeta, escritor e jornalista Octavio Pessoa, membro da Academia Paraense de Jornalismo, contará a fascinante história dos aviões Catalina e autografará o seu livro “Asas de um rio – A saga dos Catalinas na Amazônia”, um romance amazônico e documentário que evidencia o papel fundamental que os Catalinas tiveram, em tempos de guerra e de paz, para o mundo de águas da Amazônia e para outros países. Uma história fascinante. Haverá um bate papo com o autor, mostrando a importância desses hidroaviões.

No prefácio que escreveu para a obra, o premiado escritor e poeta Daniel da Rocha Leite asseverou: “O livro poderia ser um filme. Assim eu o pressinto em meu ato particular de leitura. Ao abrir as primeiras páginas mais uma vez e encontrar o menino Victor às margens de uma carta, às margens do Amazonas, ao transportar a si mesmo nas memórias de cada amerissagem e decolagem do seu avião Catalina, uma leitura fílmica se instaura. Em um campo (in)explicável ao meu exercício de leitor, o livro se reinventa, as páginas se tornam aquíferas, travellings de chão e céu, memórias e pertencimentos de uma gente e de seus pássaros de aço reacendem o nosso olhar. Bom voo”.

A conversa dos leitores também será com o escritor, pesquisador, acadêmico e artista plástico Sebastião Godinho, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e da Academia Paraense de Jornalismo, que estará disponível para autógrafos em suas obras. Em seu quinto livro, “Mosaico do Círio”, Godinho faz um relato sobre as origens do Círio e do Arraial de Nazaré, além de analisar alguns aspectos do grande evento religioso através de artigos. A obra é enriquecida com muitas fotos e ilustrações, algumas de autoria do próprio autor. Na apresentação, diz o saudoso jornalista e escritor João Carlos Pereira: “Os textos deste volume, todos construídos sobre pesquisa séria e dedicada, não são propriamente a história, mas olhares para um tempo inexistente, que muito contribuem para a construção de um tecido memorialístico da mais alta qualidade. “

Trata-se de mais um evento da Academia Paraense de Jornalismo, em comemoração aos duzentos anos da Imprensa no Pará. Na quarta-feira passada a APJ foi condecorada com a Medalha Brasão D’Armas de Belém pela Câmara Municipal da capital paraense e seus membros agraciados com o título de Honra ao Mérito.

Não percam. Conheçam o palacete, conversem com Octavio e Godinho em meio a um coquetel e adquiram seus exemplares autografados. 

Que nenhum jornalista precise morrer, e sim viver pelo Jornalismo!

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