Publicado em: 23 de outubro de 2024
A Tesla, liderada por Elon Musk, após acusações recentes de plágio envolvendo comparações de design com o filme “I, Robot”, de 2004, agora enfrenta um processo movido pela Alcon Entertainment, produtora do filme “Blade Runner 2049”. A ação judicial alega que a Tesla violou direitos autorais ao utilizar imagens geradas por Inteligência Artificial (IA) que seriam inspiradas em uma cena marcante do filme de ficção científica para promover seus novos veículos futuristas, os Cybercabs (robotáxis).
No evento de apresentação dos novos modelos da Tesla, intitulado “We, Robot”, realizado em Burbank, Califórnia, no dia 10 de outubro, Elon Musk fez uma referência ao filme “Blade Runner 2049” durante seu discurso. Após subir ao palco a bordo de um dos novos Cybercabs da Tesla, ele mencionou o longa-metragem enquanto uma imagem era exibida em um grande ecrã. A imagem, gerada por IA, mostrava um homem de casaco comprido, de costas, olhando para uma cidade alaranjada em ruínas, o que teria uma semelhança notável com uma cena-chave do filme.

De acordo com a Alcon, essa imagem remete diretamente à sequência em que o personagem K, interpretado por Ryan Gosling, chega a uma Las Vegas abandonada em um “carro voador quase-senciente”. A cena é considerada icônica na trama do filme, e a produtora argumenta que a Tesla, ao não obter autorização prévia para o uso das imagens, infringiu os direitos autorais da obra cinematográfica.
A Alcon Entertainment afirma que a Tesla tentou obter a licença para utilizar as imagens de “Blade Runner 2049” apenas “poucas horas” antes do evento de apresentação, mas a produtora recusou prontamente o pedido. Segundo os documentos da ação judicial, a Alcon “opôs-se firmemente” ao uso de qualquer material associado ao filme, mas, apesar dessa negativa, a Tesla teria optado por recriar as imagens utilizando tecnologia de IA, em clara violação dos direitos autorais do filme.
A produtora também está processando a Warner Bros, que foi responsável por hospedar o evento “We, Robot” no famoso estúdio de Burbank, aumentando a pressão jurídica sobre a Tesla e Musk. A ação foi protocolada em um tribunal federal do sul da Califórnia e busca reparação pelos danos causados pela suposta violação.
O processo da Alcon não é a primeira acusação recente de plágio que recai sobre a Tesla. Dias antes, o cineasta Alex Proyas, diretor de “I, Robot”, utilizou suas redes sociais para criticar Elon Musk e a Tesla, acusando-os de terem copiado os designs dos veículos apresentados em seu filme de 2004. Proyas, de forma irônica, pediu que Musk “devolvesse seus desenhos”, postando comparações visuais entre os carros do filme e os novos modelos da Tesla.
“Blade Runner” é considerado um marco no imaginário da ficção científica, tanto em sua versão original de 1982 quanto em sua sequência de 2017, “Blade Runner 2049”. O universo distópico do filme, com seus carros voadores, paisagens urbanas decadentes e atmosfera futurista, tem sido uma inspiração para designers, cineastas e, aparentemente, até para indústrias tecnológicas, como a Tesla. A estética criada por Ridley Scott, no filme original, e Denis Villeneuve, na sequência, é frequentemente evocada em discussões sobre o futuro da mobilidade e o design de cidades.
No entanto, o uso de tais referências precisa ser legalmente autorizado, principalmente quando envolve produções protegidas por direitos autorais, como é o caso de “Blade Runner 2049”. A recriação visual de cenas ou designs sem a devida permissão resulta em complicações legais, como as enfrentadas pela Tesla neste caso. Caso a produtora prove judicialmente que houve violação de direitos autorais, a empresa de Elon Musk poderá ser condenada a pagar multas astronômicas.
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