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O programa mais importante criado no governo de Ana Júlia Carepa, na minha opinião, foi o Navega Pará. De caráter estratégico, foi concebido para democratizar o acesso à internet, de modo a permitir a implantação de ações estruturantes interligando redes dentro do Estado através de diversas tecnologias de telecomunicações, como rádio e fibra óptica, possibilitando o acesso a serviços públicos digitais, por meios de sistemas e outras soluções web, tais como infovias, cidades digitais e redes metropolitanas, mesmo nas paragens mais longínquas. Um fantástico programa de integração e desenvolvimento, destinado a modernizar a gestão e aumentar a eficiência, melhorando a qualidade de vida da população, dos visitantes e investidores. Mas essa iniciativa pai d’égua – para usar a expressão cabocla parauara mais apropriada – não teve seu extraordinário alcance compreendido e cá estamos, 15 anos depois, na estaca zero. Unidades de saúde, hospitais, escolas, delegacias, teatros, museus, prédios públicos, pontos turísticos e praças públicas sem internet gratuita.

Não há como falar em saúde, educação, cultura, turismo e produção sem conectividade e energia limpa. Muito menos em cidade inteligente sem tecnologia voltada para a justiça social. É um caminho sem volta e urge a efetivação de ações de inovação tecnológica e políticas públicas nesse rumo. Belém sediará a COP 30 daqui a dois anos, figura entre as três cidades que mais promoveram iniciativas de transformação digital e smart cities e passou para a segunda etapa do Programa de Cooperação Técnica de Transformação Digital de Cidades Brasileiras, idealizado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) e o Consórcio Latina América Smart Cities, com a consultoria da Plataforma Connected Smart Cities, mas ainda está longe de ser modelo.

O diagnóstico das iniciativas inteligentes em Belém foi apresentado ontem ao prefeito Edmilson Rodrigues pelo diretor da Soluções Públicas Inteligentes, Vitor Amuri Antunes e pelo executivo em Cidades Inteligentes e Governo Digital do CAF, Marcelo Facchina. No portfólio aparecem a telemedicina desenvolvida na UBS do Portal da Amazônia e o programa nas escolas, Ver-a-Tech. O secretário municipal de Gestão e Planejamento, Cláudio Puty; o presidente da Companhia de Tecnologia da Informação (Cinbesa), Antônio Paracampo e a representante do programa Belém Inteligente, Nathália Obando, também participaram da reunião. É preciso pressa na efetivação das necessárias mudanças, e apoio dos governos estadual e federal, não só para a capital, como para os municípios do interior.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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