0

Há poucos dias li um tweet da Carla Bichara (uma querida, com quem – infelizmente – só encontrei pessoalmente uma única vez) que dizia assim: “Sou feliz e levo uma vida tranquila e amorosa com a minha unidade de homem hétero. Isso não me impede de lembrar que preciso estar sempre pronta para ir embora. Sou mulher, leio mulheres, tenho amigas mulheres, a gente aprende, temos que estar sempre prontas para sair.”

Fiquei reflexiva. E logo concluí: sábia!

Vamos ao ponto: não é sobre não relaxar, tampouco sobre não se entregar e ser feliz. É, de fato, sobre não nos abandonarmos em hipótese alguma.

É comum que nós, mulheres, ao entrarmos numa relação, acabemos priorizando todo o resto e, num estalar de dedos, vamos nos deixando em segundo plano. Basta um descuido e, quando menos percebemos, há tempos não praticamos mais aquele “hobby” que amamos; os almoços com as amigas vão ficando escassos e há até um sentimento de culpa quando a gente, para se fazer feliz, precisa ser um pouquinho egoísta.

Vejam bem, nem de longe pretendo fazer com que isto aqui seja um “manual de como viver”. Não se trata de dizer o que é certo ou errado nos acordos costurados por aí. Mas a vida, como bem sabemos, é uma caixinha de surpresas… Nem sempre tão boas. Relações acabam. Seres humanos mudam de ideia e de vontades. Pessoas morrem. E, por estas e outras tantas razões, é urgente termos nas mãos as rédeas de nossas vidas.

Viver a dois é uma delícia. Principalmente quando ambos, apesar de muito misturados e apaixonados, conseguem se manter com a individualidade preservada e emocionalmente independentes. Que sensação gostosa a de saber que o nosso par não precisa da gente para, absolutamente, nada e, ainda assim, investe na conquista diária porque deseja nos ter por perto.

Conversando com uma amiga sobre tudo isso aqui (Obrigada, Natasha Vasconcelos!), ela me mostrou um trecho de uma música do Djonga que diz assim:

“Cê não precisa de mim para nada

Eu não preciso de você também

Pra ser sincero, eu quero dominar o mundo

Eu vim só perguntar se você vem…”

Sim, “é preciso estar atenta e forte”, Carla.

Cultivar a própria inteireza é valioso e necessário!

Angélica Maués
Paraense, Advogada Previdenciarista e mãe do Pedro, da Marina e da Maeve. E-mail: angelicamauesmoura@gmail.com

    Ribeirinhos reagem à bala a piratas em Abaetetuba

    Anterior

    Faltando inspiração, Itamar é a solução

    Próximo

    Você pode gostar

    Comentários