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Em nota pública, a Comissão Arns manifestou solidariedade a Dom Odilo Scherer, cardeal e arcebispo de São Paulo, alvo de ataques nas redes sociais após publicar um pedido de união em meio à escalada da violência política no Brasil.

Leiam na íntegra:

“A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns vem a público externar a sua solidariedade ao Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, alvo de violência praticada nas redes sociais por internautas mal-intencionados.

É estarrecedor que, ao veicular mensagem no Twitter com um apelo de união, lembrando que a fé em Deus vai além da política e que as pessoas precisarão continuar a conviver após o processo eleitoral, tenha sido ele tão agredido verbalmente, em termos chulos e abusivos. Foi acusado de apoiar a “ditadura da esquerda” e rotulado de “comunista” pelo fato de usar paramentos vermelhos, que é a cor reservada aos cardeais, segundo a tradição da Igreja Católica.

Infelizmente, a intolerância religiosa cresce no país, semeando discursos de ódio e dividindo a sociedade. As cenas vistas no Santuário de Aparecida no último dia 12, com apoiadores do presidente Bolsonaro tumultuando a festa da padroeira e desacatando aqueles que lá estiveram para vivenciar a sua fé são exemplos desse fenômeno social preocupante, fomentado na apologia ao autoritarismo – o que não condiz nem com a índole, nem com o desejo e nem com a espiritualidade do povo brasileiro.

A Dom Odilo, nosso respeito e apoio. Portou-se como um líder religioso à altura de uma das mais importantes arquidioceses do mundo, a de São Paulo, comandada no passado por D. Paulo Evaristo Arns, patrono desta Comissão e exemplo a nos guiar.

São Paulo, 18 de outubro de 2022.

José Carlos Dias
Presidente da Comissão Arns”

Criada em fevereiro de 2019, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns busca dar visibilidade e acolhimento institucional a graves violações da integridade física, da liberdade e da dignidade humana, especialmente as cometidas por agentes do Estado contra pessoas e populações discriminadas – como negros, indígenas, quilombolas, pessoas LGBTQIA+, mulheres, jovens, comunidades urbanas ou rurais em situação de extrema pobreza. A Comissão Arns trabalha em rede com outras organizações sociais, para detectar casos, dar suporte à denúncia pública dos mesmos, encaminhá-los aos órgãos do Judiciário e organismos internacionais, promover ações específicas junto à classe política e mobilizar a sociedade. Em seu nome, a Comissão destaca a figura de Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), Arcebispo Emérito de São Paulo. Em 1972, Dom Paulo criou a Comissão Justiça e Paz de São Paulo, porta aberta no acolhimento das vítimas da repressão política e policial no país. Ao homenageá-lo, a Comissão reconhece esse exemplo de resistência, resiliência e, sobretudo, de esperança para os brasileiros em tempos difíceis.

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