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Na noite da última segunda-feira, 3 de fevereiro, espectadores de todo o Brasil puderam conferir na Tela Quente, tradicional sessão de filmes da Rede Globo, o média-metragem “Vatapá ou Maniçoba?”. O filme, que estreou na televisão no dia 12 de janeiro de 2025, e que tem duração aproximada de 50 minutos, emocionou e divertiu o público ao explorar temas como família, identidade cultural e diferenças geracionais.

A direção do filme é assinada por Fernando Segtowick, cineasta paraense conhecido por trazer em seus trabalhos as vozes da cultura amazônica. O roteiro é de Lúcia Tupiassú e a produção é uma parceria entre a Marahu Filmes, a Globo Filmes e a TV Liberal, afiliada da Globo no Pará. O título do filme faz referência a dois pratos emblemáticos da culinária parauara — o vatapá e a maniçoba — que representam as diferenças entre os protagonistas da trama.

“Vatapá ou Maniçoba?” mostra a história de Marcely (Iza Moreira), uma adolescente de 14 anos apaixonada por hip-hop e que sonha em se tornar rapper. Recém-chegada à casa do pai, Jurandir (Adriano Barroso), e da avó, Ana (Astrea Lucena), a jovem precisa se adaptar à nova rotina enquanto se prepara para participar de sua primeira batalha de MCs. Seu pai, por outro lado, planeja algo completamente diferente: quer que Marcely participe de um baile de debutantes, seguindo a tradição familiar. 

Esse choque de expectativas gera conflitos entre os dois, que se manifestam até mesmo em suas preferências culturais: enquanto Marcely se identifica com o rap e gosta de maniçoba, Jurandir é fã de brega e prefere vatapá. A partir dessas diferenças, o filme explora as dificuldades e os desafios de uma relação entre pai e filha, ao mesmo tempo em que valoriza as tradições do Pará e a riqueza da identidade cultural da Amazônia.

O diretor Fernando Segtowick tem uma trajetória brilhante no cinema, com foco na valorização da cultura e das narrativas amazônicas. Nascido em Belém, o cineasta é jornalista formado pela Universidade Federal do Pará e é mestre em Artes Visuais pela mesma instituição.

Seu primeiro longa-metragem, o documentário “O Reflexo do Lago”, estreou no Panorama da Berlinale 2020, recebendo indicação para Melhor Documentário e sendo exibido em importantes festivais de cinema ao redor do mundo. Além disso, Segtowick dirigiu curtas-metragens e séries de TV, como “Matinta” (2010), estrelado por Dira Paes e premiado no Festival de Brasília, e a série “Sabores da Floresta” (Globoplay, 2020), que retrata a culinária tradicional da Amazônia. Desde 2019, o cineasta coordena o Marahu Lab, um laboratório dedicado a incentivar novos talentos do Norte do Brasil na produção audiovisual, reunindo cineastas e roteiristas locais.

Para quem já assistiu – e para quem quer fazer um “esquenta” para quando for assistir, clique aqui para escutar a playlist do filme.

A equipe do Uruá-Tapera está aguardando ansiosamente a próxima exibição deste filme que, certamente, virará um clássico da cinemateca parauara!

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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