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No último dia 16 de novembro, foi publicada a primeira lista “TIME100 Climate”, que nomeia agentes transformadores que trabalham nos cinco sistemas mais cruciais para a mudança climática (energia, natureza, finanças, cultura e saúde), valorizando conquistas mensuráveis e escalonáveis e dando preferência a ações mais recentes. Segundo os editores, nenhum deles é um exemplo perfeito de ação climática completa se forem considerados individualmente e sim líderes que propulsionam progressos significativos no combate às alterações climáticas por meio da criação de valor empresarial. Nesta lista está o geólogo Marcelo de Oliveira, paraense, nascido e criado em Oriximiná, que estudou em escolas públicas, fez graduação, mestrado e doutorado na Universidade Federal do Pará e dois pós-doutorados, um no Institut des Sciences de la Terre d’Orléans, na França, e outro no MIT, nos EUA.

Marcelo De Oliveira tem 20 anos de experiência no mercado e é vice-presidente de Ciência de Materiais e Geologia da Brimstone, onde desenvolveu um cimento carbono negativo que este ano se tornou o primeiro material desse tipo a receber certificação de terceiros. Em seu perfil na lista da revista TIME, ele destaca que “a produção de cimento emite quase tantos gases com efeito de estufa como todos os automóveis do mundo juntos. No entanto, os esforços para descarbonizar o cimento recebem apenas uma parte do financiamento e da atenção recebida por outros desafios climáticos, como os transportes e a energia. As empresas que trabalham para eliminar as emissões nocivas do cimento precisam de atenção adicional, de mais recursos financeiros e de talento para nos ajudarem a mudar o mundo”.

Marcelo declarou que, como uma pessoa nascida e criada na Amazônia, nunca imaginou fazer parte de uma lista como esta. Porém enfatizou que “todas as pessoas devem sentir-se capacitadas para contribuir para soluções climáticas e causar um impacto positivo”. As ações devem começar em casa, no cotidiano. “Num contexto profissional, devemos defender carreiras relacionadas com o clima. Incentive os indivíduos a sair de suas zonas de conforto, trabalhar em novas tecnologias, adotar uma mentalidade orientada para a missão e livrar-se do medo do risco e do fracasso. Estes esforços não só beneficiam o nosso mundo de hoje, mas também deixam um legado duradouro para as gerações futuras.”

A distinção de Marcelo de Oliveira é mais uma prova da capacidade amazônida de produzir conhecimento e tecnologia – até hoje desacreditada pelo colonialismo interno incessante. Ele enfatiza acreditar que devemos combater as alterações climáticas ao mesmo tempo em que promovemos o respeito, a inclusão, a equidade e a diversidade: “nosso recurso mais valioso para resolver este problema são as pessoas; precisamos urgentemente de mais pessoas dedicadas a enfrentá-lo.” A Ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática do Brasil, Marina Silva – amazônida do Acre – também figura na lista.

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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