0

Na tarde da quinta-feira, 24, a presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, Anaíza Vergolino, conduziu o ato de entrega da obra de recuperação da parte posterior do telhado do Solar Barão de Guajará, sede do IHGP.

O projeto foi executado com recursos obtidos através de emenda parlamentar do então deputado federal e atual prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, que é também membro efetivo do Sodalício e vistoriou o casarão, um dos mais belos de Belém, em companhia do diretor da ONU-Habitat para América Latina e o Caribe, Elkin Velásquez, da presidente da Fumbel, Inês Silveira, e da secretária municipal de Administração e sócia efetiva do IHGP, Jurandir Novaes, além dos engenheiros e arquitetos Acácio de Almeida Gonçalves, Ricardo Gonçalves, Juliano Ximenes Ponte e Antônio Valinoto, da G.M. Engenharia, empresa responsável pela obra. Também prestigiaram o evento a diretora 2ª Secretária do IHGP, Helena Dóris Barbosa, a sócia honorária e especialista em restauro Ethel Valentina Soares, e os membros da Comissão Especial de Defesa do Patrimônio de Belém, Álvaro Negrão do Espírito Santo, Walbert Monteiro (membro do IHGP, Academia Paraense de Letras e Academia Paraense de Jornalismo) e Franssinete Florenzano (presidente da APJ, membro do IHGP e da APL).

A presidente do IHGP historiou a importância do Solar Barão de Guajará e a necessidade de que os governantes, nos âmbitos municipal, estadual e federal atuem firmemente no sentido de preservar essa joia da arquitetura e da história do Pará. O prefeito Edmilson Rodrigues ressaltou também a importância do IHGP como associação cultural centenária, e do Solar, que abriga a sede da instituição há oitenta anos. Edmilson, que transformou em sua atual gestão a cessão do prédio em posse definitiva, anunciou na ocasião que em breve entregará o título definitivo de propriedade.

A obra realizada consistiu na revitalização de parte da sua cobertura, abrangendo os três telhados dos fundos e o mirante. Na área dos fundos foi feito o realinhamento do telhado, uniformização das telhas, substituição completa do ripamento e grampeamento de telhas, execução de calhas internas em chapa galvanizada de forma artesanal e rufo metálico estruturado em chapa galvanizada com tratamento anticorrosivo. No Mirante foi executado a subcobertura em chapa de alumínio, ripamento e telhado novo, com grampeamento das telhas e encaliçamento das cumeeiras.

O solar Barão de Guajará desde 1944 abriga o Instituto Histórico e Geográfico do Pará, entidade que completará em 3 de maio 124 anos de existência. A edificação, localizada na Rua do Aveiro (antiga Tomázia Perdigão), nº 62, no bairro da Cidade Velha, erguida no início do século XIX em estilo neoclássico, é parte integrante do patrimônio histórico e arquitetônico de Belém, tombada em 1950 pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ícone do apogeu econômico e social parauara, na belle époque, guarda tesouros culturais de valor incalculável. 

Domingos Antonio Raiol, o Barão de Guajará, um aristocrata e monarquista ferrenho que viu o seu pai ser morto pelo cabanos em Vigia, quando era criança, e escreveu Motins Políticos, obra clássica sobre a Cabanagem, herdou o prédio ao casar com a sobrinha do Visconde de Arari. O Barão morreu nessa casa em 1912, aos 82 anos de idade, e deixou uma biblioteca com títulos que remontam ao ano 1.700, inclusive documentos, cartas, mapas, pinturas e armas. Em 1942, o então prefeito de Belém, Abelardo Leão Conduru, adquiriu o Solar de um de seus herdeiros e com ele os móveis e a biblioteca. Um legado que o IHGP preserva para as gerações futuras.

Na Cadeira 29 da APL

Anterior

Calouros da periferia

Próximo

Você pode gostar

Comentários