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Nesta quinta-feira (14), em parceria com a Universidade Federal do Pará, biólogos e veterinários do Parque Zoobotânico Mangal das Garças, em Belém, ministraram o workshop “Manejo Reprodutivo de Quelônios Amazônicos”. Ali vivem exemplares das principais espécies encontradas na região: Muçuã ou Jurará (Kinosternon scorpioides), Tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa), Tracajá (Podocnemis unifilis) e Aperema ou Perema (Rhinoclemmys punctularia), este último objeto de estudo por pesquisadoras do Laboratório de Reprodução Animal do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA.

Quem está à frente do projeto é a veterinária Dayse Cardoso, que realiza sua pesquisa de pós-doutorado. “A ideia de trabalhar com a reprodução de Peremas surgiu após observamos a falta de literatura que mostrasse dados relativos à biologia desta espécie. Decidimos trabalhar em estudos sobre a biologia reprodutiva, como forma de contribuir para esse conhecimento, visto que também se trata de uma espécie de consumo pela população amazônida, e ainda não há uma legalização em termos de produção. Foi quando buscamos o Mangal como instituição parceira, e houve total receptividade e colaboração com nosso projeto. Aqui temos toda a infraestrutura necessária para acondicionar os animais, como o espaço, a manutenção, a disponibilidade dos técnicos e a própria nutrição dos animais. Essa observação em habitat natural seria muito difícil. Primeiro, fazemos a parte de manejo de postura dos animais, observando as matrizes, que são as mães, e, a partir do surgimento dos ninhos, passamos a colher todos os parâmetros biométricos deles. Depois fazemos toda a morfologia do ovo, para posteriormente levá-lo ao incubatório e acompanhar o desenvolvimento embrionário. Todas as semanas pesamos os ovos e usamos uma lanterna para acompanhar como esse embrião está se desenvolvendo dentro do ovo”, explicou a pesquisadora.

No Mangal, os quelônios recebem cuidados especiais pela equipe técnica desde antes do nascimento. Os ovos são protegidos contra predadores, em ninhos especiais que possuem contenções confeccionadas com bambus e telas de metal. Após o nascimento, os animais são inseridos em tanques, onde recebem alimento e permanecem em observação até estarem aptos a viver na natureza.

Essenciais para o ecossistema amazônico, os quelônios são répteis extremamente ameaçados pela interferência humana. “Como o ciclo reprodutivo desses espécimes é considerado sensível e exige cuidados especiais, iniciativas que fomentam o manejo e conservação são fundamentais”, destacou Basílio Guerreiro, biólogo do Mangal das Garças, que demonstrou aos alunos o correto manuseio de quelônios.

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