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Começou oficialmente nesta sexta-feira, 9 de maio, em Abaetetuba, a 21ª edição do MiritiFest, um dos mais importantes festivais culturais da Amazônia, que transforma a cidade por três dias em um verdadeiro mosaico de arte popular, bioeconomia, gastronomia regional e música. Este ano, o festival homenageia o miritizeiro, palmeira símbolo da região, com o tema “Miritizeiro: a árvore que dá vida à cultura de Abaetetuba – Rumo à COP 30”, reforçando o papel da cultura amazônica na construção de soluções sustentáveis para o planeta.

O MiritiFest é a consagração da arte sustentável dos brinquedos de miriti, patrimônio imaterial do Pará. Produzidos a partir da fibra leve da palmeira de miriti — árvore considerada sagrada por comunidades tradicionais — esses brinquedos encantam gerações com barcos, cobras articuladas, pombinhas, dançarinos e outras miniaturas que reproduzem o cotidiano da Amazônia.

A produção é feita de forma sustentável, sem causar danos à árvore, cuja fibra é retirada em um processo que preserva o miritizeiro vivo e produtivo. “É a natureza viva, renovada, se transformando em arte e gerando renda para centenas de famílias”, explica Valdeli Costa, um dos mestres artesãos e criador da Fábrica dos Sonhos, um centro comunitário que forma jovens e promove inclusão social por meio do artesanato.

O evento celebra 20 anos de história desde sua primeira edição em 2004, o que torna Abaetetuba como a “Capital Mundial do Brinquedo de Miriti”. A cidade recebe milhares de visitantes que, além de adquirirem peças únicas de artesanato, prestigiam uma vasta programação cultural que inclui shows, oficinas, performances e gastronomia típica.

Segundo a prefeita Francineti Carvalho, o festival é também um motor da economia criativa, gerando oportunidades para artesãos, músicos, cozinheiros, empreendedores locais e toda uma cadeia produtiva que se fortalece com o aumento da visibilidade nacional e internacional do miriti.

Muito além dos brinquedos, o miriti é uma espécie de “árvore da vida” na região. Seu fruto, rico em vitaminas e nutrientes, é utilizado na culinária e na medicina tradicional. O óleo extraído da polpa é valorizado por suas propriedades terapêuticas e cosméticas. A fibra, leve e resistente, é a matéria-prima que movimenta a produção artesanal, conectando sustentabilidade ambiental e desenvolvimento social.

Essa integração entre cultura e meio ambiente é o que dá ao festival o tom político deste ano, de olho na COP 30, que será realizada em 2025 em Belém. O miriti mostra que é possível viver da floresta em pé, com respeito, cultura e geração de renda.

Com uma programação diversificada, o festival conta com arrastões culturais, aulas de dança, oficinas, shows musicais e uma praça de alimentação com o melhor da gastronomia parauara. Entre as atrações deste ano estão nomes como Arraial do Pavulagem e Mestre Solano, além de talentos locais e atividades voltadas para crianças e famílias.

O tema escolhido em 2025 conecta a tradição local ao cenário global, destacando o papel da economia da floresta, da cultura viva da Amazônia e da preservação ambiental como contribuições concretas para os desafios climáticos e sociais da atualidade.

Confira a programação completa:

Sexta-feira, 09 de Maio

ARRASTÃO CULTURAL

  • 16h30: Arrastão do Arraial do Pavulagem (Saída da Praça do Barco)

PALCO PRINCIPAL

  • 18h00: Arraial do Pavulagem
  • 19h30: Abertura oficial do festival
  • 20h00: Concurso Madrinha do Festival
  • 21h00: Orquestra de Carimbó do Pará
  • 22h30: Esquema das Ilhas
  • 23h30: Sandália de Ambuá
  • 01h00: Zaynara

Sábado, 10 de Maio

PALCO PRINCIPAL

  • 07h00: Aulão de Ritmos

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

  • 10h00: Batuque da Lua Cheia
  • 12h00: Cabinho Lacerda (voz e violão)
  • 14h00: Jeferson Dubroz (voz e violão)

PALCO PRINCIPAL

  • 17h00: Escola de Música Agenor Ferreira da Silva
  • 18h00: Evento Alternativo: Miriti Break
  • 18h00: Panavoeiro
  • 19h00: Maré Lançante
  • 20h00: Mestre Solano
  • 21h30: Valdney e Banda
  • 23h00: Lia Sophia
  • 01h00: Kim Marques e Edilson Moreno

Domingo, 11 de Maio

PALCO PRINCIPAL

  • 07h00: Aulão de Ritmos
  • 08h00: Escola de Música Agenor Ferreira da Silva
  • 08h30: Manhã das Crianças
  • 09h00: Grupo Matintando

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

  • 10h00: Batuque da Lua Cheia
  • 12h00: Jaka Souza (voz e violão)
  • 14h00: Ney Viola (voz e violão)

PALCO PRINCIPAL

  • 17h00: Sax Paraense
  • 19h00: Ray Borges e Banda Regional
  • 21h00: Banda Play Show
  • 22h30: The Five
Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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