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Na próxima sexta-feira, dia 23 de maio, em Belém, acontecerá uma roda de conversa com entrada franca e presença de convidados nacionais e internacionais sobre os impactos da crise climática sobre a saúde humana a partir das 9h, na Casa Balaio (Av. Nazaré, 699, esquina com a Quintino), promovida pela organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). O objetivo do evento é ampliar o debate sobre como as transformações ambientais globais estão afetando diretamente as condições de saúde, especialmente entre as populações mais vulneráveis.

Com atuação em mais de 70 países, a MSF tem observado no terreno, de forma direta, os efeitos crescentes e complexos das mudanças climáticas sobre comunidades inteiras. Desastres naturais como enchentes, queimadas, secas severas e ondas de calor tornaram-se mais frequentes e intensos, provocando não apenas perdas materiais, mas também profundas consequências sanitárias. “Queremos que a saúde tenha uma posição de maior destaque nas discussões da COP-30 e não há um lugar mais propício para realizar este debate neste momento do que Belém”, afirmou Renata Reis, diretora-executiva da MSF-Brasil.

A roda de conversa contará com a presença da secretária médica internacional da MSF, Maria Guevara, que destaca os impactos indiretos e menos visíveis da emergência climática: “Secas ou inundações afetam a produção de alimentos, o que pode gerar uma crise nutricional e impulsionar movimentos migratórios. A mudança dos regimes de chuva também altera o ciclo de vida de vetores de doenças, como mosquitos, que passam a se instalar em áreas antes não afetadas, aumentando os casos de malária, dengue e outras doenças transmitidas por vetores.”

A desigualdade na forma como a crise climática atinge diferentes populações também será tema central do evento. Para o médico indígena Idjarrury Sompré, que atua com comunidades tradicionais na região de Santarém, no Pará, e prestou apoio a povos originários durante as enchentes históricas no Rio Grande do Sul em 2024, a questão é de justiça ambiental e social. “A estreita relação dos povos indígenas com o ambiente, somada a vulnerabilidades socioculturais, nos deixa mais expostos aos impactos das mudanças climáticas na saúde, particularmente quanto à insegurança alimentar e à saúde mental”, alertou.

A expectativa da MSF é que iniciativas como essa contribuam para influenciar a agenda da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30. “Esperamos que esse diálogo que vamos fazer em Belém possa abrir caminho para que as discussões da COP fiquem cada vez mais focadas no interesse das populações mais vulneráveis”, concluiu Renata Reis.

As inscrições podem ser feitas aqui.

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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