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Jornalistas santarenos fizeram ato público intitulado “Comunic#ação pela Valorização” no final da tarde da sexta-feira, 20, na Praça do Pescador, e saíram pelas ruas do centro da cidade fazendo um “apitaço” e distribuindo panfletos. 

Leiam o manifesto:

“Neste dia 22 de junho de 2014, Santarém completa 353 anos de fundação. Hoje, os jornalistas de Santarém aproveitam para também entrar na história e pela primeira vez fazer um manifesto público e pacífico pela valorização dos profissionais da comunicação, no clima da Copa de Futebol que se realiza no Brasil em plena época de festas juninas. 

Santarém é uma terra de comunicação e de comunicadores, e tem exportado talentos para fora daqui. Há 161 anos, surgiu o primeiro jornal impresso. Há 66 anos, a primeira emissora de rádio. Há 35 anos, o primeiro canal de TV e há 10 anos, os primeiros sites e blogs na internet. Os profissionais que têm surgido nesses meios, em grande parte, têm sido desvalorizados com salários aviltantes. 

Os radialistas se organizaram e criaram seu sindicato há 25 anos, quando perceberam que unidos poderiam diminuir as injustiças. À época, a maioria das empresas sequer pagava um salário mínimo para os profissionais. Depois de alguns anos de luta, os radialistas conseguiram definir um piso salarial, que sempre foi um pouco maior que o salário mínimo e outras garantias sociais. Alguns sindicalistas foram perseguidos e demitidos por tentarem organizar a categoria. 

De lá para cá, o Sindicato dos Radialistas vem tentando conseguir reajustes mais condizentes, pelo menos com os índices da inflação, mas os empresários da comunicação insistem em não aceitar aumentos que valorizem a profissão, mesmo com profissionais que investiram em sua capacitação, na maioria das vezes com seus parcos recursos.

Desde 2010, várias turmas de jornalismo vêm sendo formadas por instituições privadas de ensino superior. Muitos colegas ainda continuam sem diploma por não conseguirem reunir o dinheiro necessário para sua formação acadêmica. Outros foram mais além e conseguiram até fazer cursos de pós-graduação, mas nem isso tem sensibilizado a classe patronal a dar um salário digno aos profissionais que levam a informação através dos meios de comunicação, com jornadas de trabalho que precisam ser muitas vezes estendidas, para que o profissional faça jus a um percentual de 40% por acúmulo de função. Hoje somos mais de 100 profissionais trabalhando nesta área! 

O último reajuste acertado entre o Sindicato dos Radialistas e a classe patronal não chegou a 6%, o que apenas se aproxima dos índices inflacionários. Hoje, os profissionais de comunicação em Santarém ganham menos que a maioria das categorias de trabalhadores de Santarém! 

Esse manifesto surgiu pela indignação entre jornalistas que trabalham nas redações, com apoio de colegas que hoje trabalham em assessorias de imprensa (onde os salários são um pouco maiores), mas que gostariam de estar trabalhando no dia a dia da notícia. Não foi feita nenhuma reunião, apenas uma mobilização pelas redes sociais. Queremos neste ato falar para Santarém, aquilo que provavelmente não será dito nos noticiários das rádios e das TVs e de alguns jornais e sites: FAZER JORNALISMO EM SANTARÉM É QUASE UM SACRIFÍCIO! 

Muitos profissionais já tiveram que sair daqui para buscar empregos em outros centros. Mas aqueles que ficaram querem, agora, se organizar e fazer funcionar a Diretoria Regional do Sindicato dos Jornalistas do Oeste do Pará, criada pelo Sinjor/PA há dois anos. Uma diretoria provisória chegou a tentar organizar, mas com pouco apoio quase não avançou em seus trabalhos. Um grupo de jovens jornalistas assumiu nos últimos meses um trabalho para a filiação ao Sindicato, para que possamos lutar por um piso salarial condizente com o esforço que tem sido feito pelos profissionais que buscaram um diploma nas universidades. E aqueles que ainda não tem diploma, querem poder também conquistar essa graduação. 

Este documento será encaminhado à direção estadual do Sinjor/PA, solicitando que a nova diretoria eleita dia 11 de junho, venha a Santarém para dar maior apoio à consolidação da Diretoria Regional e que inclua nas negociações salariais com empresas de Belém, um piso salarial para os jornalistas do interior do Pará. Abaixo, vão assinaturas dos profissionais da comunicação que apóiam o movimento. 

CONVOCAMOS OS JORNALISTAS, DIPLOMADOS OU NÃO, A BUSCAREM SEU REGISTRO PROFISSIONAL E SE FILIAREM AO SINDICATO DOS JORNALISTAS DO PARÁ.
PELA VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL DOS JORNALISTAS!”
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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